Caminhadas e itinerários entre Rio de Janeiro e Lisboa: artistas e ativistas urbanos entre sociabilidades e formas de resistir

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/t7dcec28

Palavras-chave:

caminhada, etnografia experimental, artistas urbanos, artivismo, cidade

Resumo

Pensar a caminhada e o método dos itinerários como instrumentos de pesquisa e simultaneamente de intervenção artística e ativista em contexto urbano é o ponto de partida deste texto. A partir de pesquisas etnográficas em contexto lisboeta (Portugal) e carioca (Brasil) compartilhamos experiências de caminhadas/itinerários realizados junto com duas artistas urbanas / uma organização de ativistas negros em cidades em mudança. Estilos de vida, intervenções de arte urbana e performances ativistas constroem a trama de modos de fazer etnografia e olhar mundos diversos de forma engajada, procurando dar visibilidade e voz. Os pesquisadores se deixam conduzir nos meandros da cidade através da mobilização de um método e de uma abordagem experimental pelos protagonistas das suas pesquisas que assim se tornam guias. A proposta de caminhar transforma as experiências do terreno, a intervenção e a performance em modos dialógicos, reflexivos e sensoriais de pensar e viver a cidade.

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Publicado

2024-07-24

Edição

Seção

Dossiê: Estéticas engajadas e cidade

Como Citar

Reginesi, C. ., & Raposo, P. . (2024). Caminhadas e itinerários entre Rio de Janeiro e Lisboa: artistas e ativistas urbanos entre sociabilidades e formas de resistir. Ponto Urbe, 31(1), 1-31. https://doi.org/10.11606/t7dcec28