Prelúdios da aprendizagem com Mestra Paulina: composições, multiplicidade e contramestiçagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4000/pontourbe.8768

Palavras-chave:

mestra paulina, contramestiçagem, multiplicidade, jurema, umbanda

Resumo

Apresento um breve exercício de me aproximar das possibilidades que o aprendizado da convivência com Mestra Paulina oferece. Conheci-a numa casa de umbanda em Goiás mas, durante nossos encontros, outros territórios existenciais pelos quais transita foram revelados, como a calunga e a Jurema, sobretudo os evocados pela alcunha “Mestra”. O que pretendo com este texto é tocar em alguns temas e percepções que também estiveram nas cercanias de Zé Pelintra mas só consegui dar atenção depois de ter sido despertada por Mestra Paulina. Um deles trata sobre a imagem da Umbanda como religião brasileira, nacional, justamente pela ideia de mestiçagem e sincretismo. Outro seria sobre as entidades agenciarem outros movimentos, mais em direção a composições não homogêneas, acionadas pelos trânsitos, encontros e confluências. Contradiscursos e contramestiçagens podem ser sugeridas desde esta afirmação da multiplicidade.

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Biografia do Autor

  • Emília G. Mota, Universidade Federal de Goiás

    Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Antropologia também na UFG. Bolsista CAPES.

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Publicado

2020-12-10

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Artigos

Como Citar

Mota, E. G. (2020). Prelúdios da aprendizagem com Mestra Paulina: composições, multiplicidade e contramestiçagem. Ponto Urbe, 27, 1-23. https://doi.org/10.4000/pontourbe.8768