Experimentos teórico-etnográficos na fronteira entre a etnologia indígena e a antropologia urbana
DOI:
https://doi.org/10.4000/pontourbe.1642Palavras-chave:
cidade, indigenização, espaço urbano, antropologia, antropologia urbanaResumo
Esta pesquisa de mestrado pretende identificar os mecanismos e estratégias responsáveis pela “indigenização da cidade” de Manaus/AM a partir da perspectiva dos Sateré-Mawé citadinos e analisar as consequências desse processo na dinâmica da metrópole manauara. Para realização deste intento coloca-se como fundamental levar a cabo uma análise fluída de concepções a respeito do ambiente urbano, possibilitando que o material teórico e etnográfico sobre as relações dos Sateré-Mawé moradores da reserva indígena seja tratado de forma uníssona com os dados disponíveis sobre os Sateré-Mawé citadinos. Tendo em mente que a bibliografia consultada e as experiências iniciais de campo mostraram a importância que a relação entre os Sateré- Mawé citadinos e os Sateré-Mawé moradores da reserva indígena possuem mutuamente em sua vida cotidiana, desde a troca de materiais disponíveis na reserva, o acolhimento de migrantes, a participação em rituais e em instâncias decisórias políticas, é fundamental que a análise considere as relações, circulações e respectivas imaginações a respeito da “aldeia” e da “cidade” como material de reflexão teórica. Esta comunicação pretende explorar reflexões iniciais a respeito da aproximação teórico -etnográfica de segmentos da disciplina antropológica comumente pensados e tratados separadamente, a saber, a “etnologia indígena” e a “antropologia urbana”.
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