Por trás das fachadas coloridas: etnografias nos “novos” bairro do Recife (Pernambuco) e Pelourinho (Bahia)
DOI:
https://doi.org/10.4000/pontourbe.1654Palavras-chave:
centros históricos, patrimônio, uso do patrimônioResumo
Neste artigo, discutimos as mudanças recentes nas políticas de intervenção nos Centros Históricos de Recife e Salvador. Tanto no Bairro do Recife quanto no Pelourinho, as intervenções da década de 1990 se concentraram nas mudanças do uso local: de espaço degradado e pobre para um espaço de ‘cultura e lazer’ destinado às classes médias. Em meados da primeira década dos anos 2000, o que vemos, no entanto, são novas estratégias de re-elitização, na medida em que o uso social do espaço resultou ser mais amplo do que o esperado. O discurso de “devolver a cidade a seus habitantes” está, nesse segundo momento, cada vez menos presente, imperando abertamente a lógica do investimento e retorno financeiro. O que permanece perigosamente adiada é a discussão dos significados dos centros históricos e da memória capaz de ser transmitida por estes espaços singulares.
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