Narrativas, conversações e alguns ritornelos em meio à feira livre
DOI:
https://doi.org/10.4000/pontourbe.1766Palavras-chave:
feira livre, modos de subjetivação, narrativasResumo
Esse artigo tem como foco acompanhar e analisar alguns modos de subjetivação que se expressam na experiência da feira livre na cidade de Poções-BA. Durante a pesquisa foram utilizadas observação participante, anotações em diário de campo e conversas informais – com fregueses, feirantes e passantes –, ao longo de nove meses de trabalho de campo na feira. Por meio dos efeitos engendrados durante a pesquisa, percebe-se que as performances orais dos feirantes produzem um território singular e diagramam um ethos que dá consistência ao plano em que acontecem as atividades. A feira constitui um território afetivo, econômico e político, cujos modos performáticos condensam-se em três figuras: o feirante, o freguês e o passante. O espaço da feira livre se compõe enquanto cenário de conversações, trocas de experiências e narrativas diversas, que conectam os processos da vida daqueles que partilham tal lugar, fabricando, entre outras coisas, o ato singular de viver esse espaço urbano.
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