Ocupação Funarte: o tiro no pé do governo golpista

Autores

  • Michel de P. Soares Universidade de São Paulo
  • Paola Lappicy Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

arte, política, ocupação, São Paulo

Resumo

Os profissionais da área artística, de maneira geral, sentiram-se ultrajados com a extinção do MinC (Ministério da Cultura), uma das primeiras ações do presidente em exercício Michel Temer, assim que assumiu o poder. Em sua reforma ministerial, o “presidente” reduziu de 32 para 23 o número de ministérios, anexando o Ministério da Cultura ao Ministério da Educação. O MinC foi criado em 1985, durante o período de redemocratização após 21 anos de ditadura militar. Foi comandado por Gilberto Gil de 2003 a 2008, período de grande visibilidade do ministério, tanto pelo reconhecimento nacional de Gil como artista como por suas diversas ações à frente da pasta. A recente extinção do órgão gerou reações em todo o território nacional. Coletivos artísticos, grupos teatrais, bandas e artistas renomados têm se mobilizado de diferentes formas reivindicando a volta do MinC. Umas das ações coletivas com maior visibilidade foi a ocupação da Funarte (Fundação Nacional das Artes, órgão responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento às artes, subordinado ao MinC) em diversas capitais. Em São Paulo, o início da ocupação aconteceu no dia 17 de maio, organizada por artistas e membros de diversos movimentos culturais. Tal mobilização ganhou repercussão na imprensa, inclusive internacional, causando o recuo do governo com relação à extinção do órgão, o que não gerou, por outro lado, a desocupação dos equipamentos. Um tiro no pé do governo golpista?

Referências

AGIER, Michel. Antropologia da cidade. São Paulo: Terceiro Nome, 2011

LATOUR, Bruno. Reassembling the social: An introduction to Actor-Network Theory. Oxford University Press, 2005.

DOI : 10.1177/1350507607073032

PERLONGHER, Nestor. O negócio do michê. São Paulo, Brasiliense, 1987.

VELHO, Gilberto. Um antropólogo na cidade. Zahar, Rio de Janeiro, 2013.

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Publicado

2024-05-22

Edição

Seção

Etnográficas especial: Narrativas urbanas em tempos perturbadores

Como Citar

Soares, M. de P., & Lappicy, P. . (2024). Ocupação Funarte: o tiro no pé do governo golpista. Ponto Urbe, 18, 1-7. https://revistas.usp.br/pontourbe/article/view/219001