A (re)invenção da carne: controvérsias e potências das carnes artificiais
DOI:
https://doi.org/10.4000/pontourbe.7748Palavras-chave:
Carne artificial, invenção, controvérsias, alimentação, plant-basedResumo
No sentido de embasar o debate sobre novos insumos e formas alimentares, esse artigo analisa a constituição de dois tipos de carne desenvolvida em laboratório: as carnes à base de planta (pland-based) e aquelas cultivadas in vitro. Partindo do princípio de que todo alimento tem um caráter de invenção cultural, pretendemos colocar em xeque a “artificialidade” desses insumos e propor uma compreensão mais nuançada de suas controvérsias enquanto formas de carne. Para tanto, nos baseamos numa leitura relacional, que busca traçar as conexões da carne com os processos tecnológicos que a produzem bem como com as disputas jurídicas e lexicais que negociam a sua identidade.
Downloads
Referências
ALTIERI, Miguel. 2010. “Agroecologia, agricultura camponesa e soberania alimentar”. Revista Nera, ano 13, v. 16: 22-32
AZEVEDO, Elaine. 2013. “Vegetarianismo”. Demetra, v.8: 275-288
BRÜGGER, Paula. 2009. “Nós e os outros animais: especismo, veganismo e educação ambiental”. Linhas Críticas, v. 15, n. 29: 197-214.
DE BONIS, Marcos; COSTA, Marco Antônio Ferreira da. 2009. “Educação em biossegurança e bioética: articulação necessária em biotecnologia”. Ciência & Saúde Coletiva, n. 14, v. 6: 2107-2114.
DIAS, Juliana Vergueiro Gomes. 2009. O Rigor da Morte: a Construção Simbólica do “Animal de Açougue” na Produção Industrial Brasileira. 107f. Dissertação - (Mestrado em Antropologia Social). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
FISCHLER, C. 1995. El (h)omnívoro: El gusto, la cocina y el cuerpo. Barcelona: Editorial Anagrama.
FOUCAULT, Michel. 2008. História Da Sexualidade. A Vontade De Saber - Volume 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
GUO, Y., CAO, Q., HONG, Z. et al. 2020. The origin, transmission and clinical therapies on coronavirus disease 2019 (COVID-19) outbreak – an update on the status. Military Med Res., v. 7, n. 11: 1-10.
HAMID, S.C.; REGO, A. G. 2018. Variations du licite: la consommation de viandes halals par des musulmans à Brasília. Brésil(S) - Sciences Humaines Et Sociales, v. 1, n 14: 1-21
HARAWAY, Donna J. 2000. “Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX”. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. BH: Autêntica: 33-118.
HOCQUETTE, Jean François et Al. 2015. Educated consumers don't believe artificial meat is the solution to the problems with the meat industry. Journal of Integrative Agriculture, v. 14, n. 2: 273-284
HOCQUETTE, Jean François. 2015. “Is it possible to save the environment and satisfy consumers with artificial meat?” Journal of Integrative Agriculture, v. 14, n.2, 206:207
LATOUR, Bruno. 2012. Reagregando o social. Salvador: Edufba.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1965. “Le triangle culinaire”. L’Arc, v. 26:19-29.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1975. O Totemismo Hoje. Petrópolis: Vozes.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 2009. A lição de sabedoria das vacas loucas. Estudos Avançados, v. 23, n. 67, 211:216
NODARI, Rubens Onofre; GUERRA, Miguel Pedro. 2003. “Plantas transgênicas e seus produtos: impactos, riscos e segurança alimentar (Biossegurança de plantas transgênicas)”. Nutrição, v. 16, n. 1: 105-116.
POULAIN, Jean-Pierre. 2017. The Sociology of Food: Eating and the Place of Food in Society. Bloomsburry.
REESE, Jacy. 2018. The end of animal farming: how scientists, entrepeneurs, and activists are building an animal-free food system. Boston: Beacon Press.
SORDI, Caetano; LEWGOY, Bernardo. 2013. O que pode um príon? O caso atípico de Vaca Louca no Brasil e seus desdobramentos. Revista ANTHROPOLÓGICAS, ano 17, volume 24(1). pp. 125-143.
STENGERS, Isabelle. 2015. No tempo das catástrofes. São Paulo: CosacNaify.
STEPHENS, Neil; RUIVENKAMP, Martin. 2016. “Promise and Ontological Ambiguity in the In vitro Meat Imagescape: From Laboratory Myotubes to the Cultured Burger”. Science as Culture, v. 25, n. 3: 327–355.
STHEPENS, Neil. 2010.“In Vitro Meat: Zombies on the menu?”. Scripted, v.7: 394-401.
WAGNER, Roy. 2010. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Isabella Altoé, Gabriel Menotti

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
