A camisa do colégio: a reprodução de estigmas sociais pela escola e a construção de identidades para as juventudes cariocas (2008)
DOI:
https://doi.org/10.11606/dm31gt45Palavras-chave:
juventude, escola, estigma, juventude, escola, estigmaResumo
Analisando a relação entre a juventude carioca do bairro da Tijuca, na Zona Norte da cidade, e as escolas públicas e privadas, é possível perceber que ocorre uma reprodução institucional do estigma urbano do favelado. A partir de um estudo histórico sobre a associação entre “escolas públicas” e “pobres”, pude perceber que a escola é também um importante locus para a análise de como “morar na favela” e “morar no asfalto” influenciam as dinâmicas e os espaços sociais dos jovens, bem como conformam um campo de possibilidades e projetos de vida para eles (Velho, 2008). Em trabalhos de campo, percebi a presença latente do estigma do “favelado”, a partir da observação de brigas entre jovens de escolas públicas e particulares, nas quais os alunos utilizam adjetivos como “favelados”, “bandidos” e “playboys”, para se xingarem.
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