O Cristo pichado: sacralidade e transgressão de um monumento urbano
DOI:
https://doi.org/10.4000/pontourbe.586Palavras-chave:
monumentos, transgressão, sagrado, espaço públicoResumo
O texto analisa o episódio da pichação do monumento do Cristo Redentor, situado no Rio de Janeiro, ocorrido em 2010. Embora o caso tenha sido rapidamente resolvido, com a apresentação e retratação dos culpados, ele permite uma abordagem que revela a economia de sentidos em que circula o monumento. Outras situações envolvendo ataques ao Cristo Redentor são recuperadas para a demonstração do argumento. De acordo com este, a pichação não deixa de fazer o que outros usos e outras referências ao monumento operam: um comentário e uma intervenção sobre a cidade. Assim, a sacralidade desse objeto é melhor evidenciada pelas transgressões que nele e com ele se fazem.
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