Movimentos associativos femininos e feministas no futebol do Brasil e Argentina: dilemas e perspectivas principais de suas ações coletivas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-3341.pontourbe.2025.234390Palavras-chave:
associativismo torcedor, movimentos femininos, feminismos, direito de torcerResumo
O associativismo em torno do futebol profissional vem passando por grandes transformações nos anos 2000 com a criação de coletivos e federações em busca de equidade e igualdade. O ativismo torcedor ganhou, assim, as arenas públicas estabelecendo mediações políticas, formulando reivindicações e produzindo documentos para orientar suas ações, em busca de interlocutores no governo e do reconhecimento social para suas demandas. No Brasil, o Movimento Mulheres de Arquibancada (2017) e o Movimento Feminino de Arquibancada (2019) são experiências inéditas no país no enfrentamento do assédio e do machismo; por outro lado, a Coordinadora sin Fronteras del Fútbol Feminista na Argentina, que surgiu em 2018, se constitui como um espaço de articulação, visibilidade, promoção e denúncia dos diversos obstáculos e problemas para mulheres e pessoas LGBTIQ+. Este artigo pretende apresentar suas características, discutir significados, impactos, dilemas e perspectivas principais das ações coletivas dessas associações no espaço público no âmbito dos debates sobre os direitos das torcedoras de futebol.
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