A Flâneuse no Pedaço: moralidades, negociações e conflitos nas praças públicas de Viçosa/MG
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-3341.pontourbe.2025.235946Palavras-chave:
Espaço Público, Direito à Cidade, Poder e Diferença, segregação urbana, apropriação do espaço urbanoResumo
O trabalho entende as praças públicas enquanto locais de convivência e conflito, em que as hierarquias presentes expressam a sua ambiguidade. Assim, analisa as formas de uso de quatro praças situadas em Viçosa, Minas Gerais, localizadas entre o centro e a periferia, entendendo que são perpassadas por regras implícitas que determinam quem pode ocupá-las e sob quais circunstâncias, ainda que sejam espaços projetados para a experiência democrática. Essas regras expressam fronteiras simbólicas que, também construídas por gênero, idade, raça e classe, tornam as praças locais segregados. A partir de uma reflexão sobre direito à cidade, o artigo investiga regras e subversões no espaço público. Nesse processo, conclui que reimaginar usos e tensionar normas também é uma forma de produzir a cidade, promovendo novas formas de sociabilidade e colaboração, sobretudo por meio de técnicas de resistência, como o caminhar da flâneuse.
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