Perfil dos diretores e diretoras negras do audiovisual brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-3341.pontourbe.2025.236629Palabras clave:
cinema negro, racismo, cinema independente, trabalho artistícoResumen
Este artigo propõe a construção do perfil de diretores e diretoras negras do audiovisual brasileiro atual por meio de uma pesquisa exploratória. A pesquisa foi feita em diversos canais, como sites e catálogos de festivais, para identificar os profissionais ativos entre 2009 e 2020. O audiovisual foi escolhido para estudo porque é um setor de produção de representações sociais que privilegia brancos em detrimento de negros, conforme diversas pesquisas. Após a elaboração dos perfis, investigamos quais atributos do grupo influenciam a probabilidade de dirigir um longa-metragem, formato mais valorizado no campo cinematográfico. Para isso, foi desenvolvido um modelo de regressão logística com o objetivo de testar o efeito de variáveis independentes sobre a variável dependente “dirigiu um longa-metragem”. Com base na análise dos resultados, inferimos que o aumento da experiência melhora as chances de realizar um longa. Além disso, homens têm mais probabilidade de dirigir no formato do que mulheres.
Descargas
Referencias
AGRESTI, Alan. Statistical methods for the social sciences. Boston: Pearson, 2018.
ALMEIDA, Ricardo Normanha Ribeiro de. Eu sei o meu lugar. Relações de trabalho e gênero na produção cinematográfica da Globo Filmes. 2018. 279f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2020. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/ifch/eu-sei-meu-lugar-relacoes-trabalho-genero-producao-cinematografica-globo-filmes. Acesso em: 7 Abr 2025
ANCINE – Agência Nacional do Cinema. Diversidade de gênero e raça nos longas-metragens brasileiros lançados em salas de exibição em 2016. Brasília: Agência Nacional do Cinema, 2018.
ARAÚJO, Joel Zito. A negação do Brasil: o negro na telenovela brasileira. São Paulo: Senac, 2000.
BABBIE, Earl R. The practice of social research. Wadswirth: Cengage Learning, 2013.
BAKER, Wayne E.; FAULKNER, Robert R. Role as resource in the Hollywood film industry. American journal of sociology, Chicago, v. 97, n. 2, p. 279-309, 1991. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/epdf/10.1086/229780. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.1086/229780
BECKER, Howard. Mundos da Arte. Lisboa: Livros Horizonte, 2010.
BLAIR, Helen. “‘You’re Only as Good as Your Last Job’: The Labour Process and Labour Market in the British Film Industry.” Work, Employment & Society, vol. 15, no. 1, 2001, pp. 149–69. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/23747789. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.1177/09500170122118814
BOURDIEU, Pierre. The forms of capital. GRANOVETTER, Mark; SWEDBERG, Richard (org.). The sociology of economic life. Nova York: Routledge, 2011, p. 78-92.
BULLONI, María Noe. O trabalho em redes de projetos e seus processos de regulamentação: um estudo num segmento da produção audiovisual argentina. SEGNINI, Liliana; BULLONI, María Noe (org.). Trabalho artístico e técnico na indústria cultural. São Paulo: Itaú Cultural, 2016, p. 28-44.
CÂNDIDO, Marcia Rangel; DAFLON, Verônica Toste; FERES JÚNIOR, João. Cor e gênero no cinema comercial brasileiro: uma análise dos filmes de maior bilheteria. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n. 3, 2016. Disponível em: https://portal.sescsp.org.br/files/artigo/bc5c90df-72f3-4c64-94a1-53fe7f8e82f0.pdf. Acesso em: 7 Abr 2025.
CARVALHO, Noel dos Santos. Esboço para uma história do negro no cinema brasileiro. DE, Jeferson (org.). Dogma feijoada: o cinema negro brasileiro. São Paulo: Imprensa Oficial, 2005, p. 17-106.
CARVALHO, Noel Dos Santos; DOMINGUES, Petrônio. Dogma feijoada, a invenção do cinema negro brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 33, n. 96, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/F8PqhJ4SqNGnhnjdJhKYpVK/abstract/?lang=pt. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.17666/339612/2018
COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. São Paulo: Boitempo Editorial, 2021.
CRUZ, Viviane Ferreira da. Cinemas negros. Modelos de negócios viáveis às mulheres negras. 2020. 363f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília, Brasília, 2020. Disponível em: http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/38018. Acesso em: 7 Abr 2025.
FAULKNER, Robert R.; ANDERSON, Andy B. Short-term projects and emergent careers: Evidence from Hollywood. American Journal of Sociology, v. 92, n. 4, p. 879-909, 1987. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/2780042. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.1086/228586
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GRUGULIS, Irena; STOYANOVA, Dimitrinka. Social capital and networks in film and TV: Jobs for the boys? Organization Studies, v. 33, n. 10, p. 1311-1331, 2012. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0170840612453525. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.1177/0170840612453525
HASENBALG, Carlos Alfredo. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
JONES, Candace. Careers in project networks: the case of the film industry. ARTHUR, Michael B.; ROUSSEAU, Denise M. (ed.). The boundaryless career: a new employment principle for a new organizational era. Oxford: Oxford University Press. 1996, p. 58-75.
MAIA, Alexandre Gori; SAKAMOTO, Arthur. Occupational structure and socioeconomic inequality: a comparative study between Brazil and the United States. Economia e Sociedade, Campinas, v. 24, n. 2, p. 229-261, Ago. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ecos/a/TPVHR4ckfWxDYxFBKg5mNGQ/?lang=en. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.1590/1982-3533.2015v24n2art1.
MENGER, Pierre-Michel. Artistic labor markets and careers. Annual review of Sociology, v. 25, n. 1, p. 541-574, 1999. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.soc.25.1.541. Acesso em: 7 Abr 2025.
MENGER, Pierre-Michel. The economics of creativity. Cambridge: Harvard University Press, 2014.
MENGER, Pierre-Michel. Artistic labor markets: contingent work, excess supply and occupational risk management. GINSBURGH, Victor A.; THROSBY, David (org.). Handbook of the Economics of Art and Culture. Amsterdã: Elsevier, 2006, p. 776-812.
MICHEL, Rodrigo Cavalcante; AVELLAR, Ana Paula. Indústria cinematográfica brasileira de 1995 a 2012: estrutura de mercado e políticas públicas. Nova Economia, v. 24, n. 3, p. 491-514, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/neco/a/JfZcZwQ5dfpN6Y4KDGftgfg/abstract/?lang=pt. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.1590/0103-6351/2065
MONTEIRO, Adriano Domingos. Os territórios simbólicos do Cinema Negro. Racialidade e relações de poder no campo audiovisual brasileiro. 2017. 235f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Departamento de Comunicação, Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufes.br/items/8aaf1fa5-3b2c-47de-b6ac-d1634abb35c7. Acesso em: 7 Abr 2025.
NEVES, David. O cinema de assunto e autor negros no Brasil. SIQUEIRA, Ana (org.). 20º FESTCURTASBH: Festival de curtas de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 2018. p. 183-186.
OLIVEIRA, Janaína. “Kbela” e “Cinzas”: o cinema negro no feminino do “Dogma Feijoada” aos dias de hoje. SIQUEIRA, Ana, et al. Festival Internacional de curtas de Belo Horizonte (catálogo). Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 2018.
OLIVEIRA, Maria Carolina Vasconcelos. “Novíssimo” cinema brasileiro. Tese (Doutorado em Sociologia) – Departamento de Sociologia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014. 315p.
RODRIGUES, João C. O Negro Brasileiro e o Cinema. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Pallas, 2001.
SENNA, Orlando. Preto-e-branco ou colorido: o negro e o cinema brasileiro. SIQUEIRA, Ana (org.). 20º FESTCURTASBH: Festival de curtas de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 2018. p. 195-204.
SOUZA, Edileuza Penha de. Mulheres negras na construção de um cinema negro no feminino. Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento, v. 7, n. 1, p. 171-188, 2020. Disponível em: https://aim.org.pt/ojs/index.php/revista/article/view/586. Acesso em: 7 Abr 2025.
STAM, Robert. Multiculturalismo tropical: uma história comparativa da raça na cultura e no cinema brasileiros. São Paulo: Edusp, 2008.
STORPER, Michael. The transition to flexible specialization in the US film industry: external economies, the division of labour, and the crossing of industrial divides. Cambridge journal of economics, v. 13, n. 2, p. 273-305, 1989. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/23598213. Acesso em: 7 Abr 2025. https://doi.org/10.1093/oxfordjournals.cje.a035094.
WALFISH, Steven. A review of statistical outlier methods. Pharmaceutical technology, v. 30, n. 11, p. 82, 2006.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Arthur Arantes Souza, Cláudio Santiago Dias Júnior, Lucas Caetano Pereira de Oliveira

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
