A pedagogia urbana das Festas de Agosto: entre o céu de fitas e o chão com grades
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-3341.pontourbe.2025.243959Palavras-chave:
Pedagogia urbana, Festas de Agosto, Antropologia urbana, Montes ClarosResumo
A partir de incursões etnográficas realizadas durante as Festas de Agosto de 2024, este texto intenta investigar como o centro de Montes Claros (MG) pode se transformar em espaço educativo e revelar as pedagogias urbanas que emergem das práticas festivas agostinas. Entre o colorido das fitas e o aço das grades, a Praça da Matriz torna-se um possível para se refletir sobre formas de convivência, pertencimento, mas também exclusão. Ao dialogar com o olhar de José Guilherme Magnani, evidencia-se a transição de uma praça precária e habitada por vulneráveis para um espaço revitalizado, embelezado e mais vigiado. Essa nova configuração, marcada pela estética do controle, expressa o que Adela Cortina denomina aporofobia, ao passo que a festa reintroduz, ainda que temporariamente, o direito de permanecer e de compartilhar o comum. Assim, a cidade se revela como um campo de disputas simbólicas, no qual se aprende tanto a conformação quanto a resistência.
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