Arquitetura da lata
Matosinhos e a história atlântica da arquitetura das sardinhas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2021.168263Palavras-chave:
Arquitetura e pescas, Conservas de peixe, Industrialização, UrbanizaçãoResumo
O estudo das relações entre a pesca e a arquitetura pode revelar novas perspectivas para a compreensão das dinâmicas entre a costa e o mar, além de contribuir para a formulação de estratégias para a organização dos territórios litorâneos, afetados diretamente pelas mudanças climáticas e pela crise ambiental. Este artigo procura compreender a história urbana recente de Matosinhos a partir da pesca, vetor fundamental da urbanização desta cidade portuária do Norte de Portugal, sobretudo através da produção de conservas da sardinha. A produção intensiva deste alimento industrializado revela aspectos culturais que deram origem à mitos e tradições, econômica e politicamente explorados, além de apontar para uma geografia Atlântica para dar conta dos fluxos e circulações característicos da produção e do consumo das conservas de peixe. Ao analisar as transformações desta atividade de maneira integrada entre diversos campos do conhecimento, procuramos estabelecer relações entre os aspectos ecológicos característicos da exploração de um recurso natural específico e seus impactos no ambiente construído.
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