Desenhando jardins de plantas sagradas nas trilhas do Jardim Botânico de Salvador-Bahia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfauusp.2024.223810

Palavras-chave:

Plantas sagradas, Jardim etnobotânico, Jardim Botânico de Salvador, Projeto paisagístico

Resumo

Este artigo é resultado de um estudo exploratório visando à construção de uma linha e um projeto de pesquisa voltados ao estudo das plantas sagradas, dos espaços livres públicos e das religiões de matriz afro-brasileira no contexto urbano de Salvador, Bahia. Para tanto, percorre as trilhas dos oitis e do pau-brasil do Jardim Botânico de Salvador (JBSSA) com o objetivo de identificar plantas consideradas sagradas, evidenciando simbologias e intenções projetuais paisagísticas. O texto introduz aspectos gerais sobre plantas sagradas e sua presença na cidade de Salvador, evidenciando o JBSSA, um espaço livre público não muito conhecido pelos soteropolitanos e ainda pouco abordado em pesquisas científicas, mas que desde a sua criação tem a intenção de abrigar plantas sagradas e preservar a Mata Atlântica. Para alcançar esse escopo, é apresentado e discutido o projeto de um jardim etnobotânico, realizado em 2019 pelo escritório Embyá, para o JBSSA e que ainda não foi implantado. Adota-se como metodologia os croquis como ferramenta de representação, projeto e reflexão.

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Biografia do Autor

  • Nayara Cristina Rosa Amorim, Universidade Federal da Bahia

    Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Uberlândia (2013), mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Uberlândia (2015) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2021). Atualmente é professora adjunta da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia - FAUFBA. E também professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo PPG-AU da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Arquitetura da Paisagem, atuando principalmente nos temas: paisagem urbana, infraestrutura verde, soluções baseadas na natureza (SBN), rios urbanos, sistema de espaços livres e espaços livres.

  • Mayara Mychella Sena Araújo, Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura

    Doutora e Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Bacharela em Urbanismo pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Fez uma Complementação Pedagógica, Formação Especial Docente, na Faculdade de Ciências da Bahia (FACIBA). Atualmente é Professora Adjunta II, na Faculdade de Arquitetura da UFBA, nas áreas de conhecimento Planejamento Urbano e Regional e Estudos Sociais e Ambientais, e Professora Colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU-FAUFBA). Desde 2016 é membro do Grupo de Pesquisa Lugar Comum, vinculado ao PPGAU, quando realizou estágio pós doutoral na área de Arquitetura e Urbanismo, com bolsa CAPES no Programa Pesquisador Visitante Especial-Ciências Sem Fronteira. Também faz parte do grupo de pesquisa Dale! Decolonizar a América Latina e seus Espaços. E é integrante da Rede de Pesquisas Cidades Médias e Pequenas (Rede CMP), da Rede Brasileira de Estudos sobre cidades médias (REDBCM) e do Conselho Estadual das Cidades/BA (ConCidades/BA). Atua, principalmente, nos seguintes temas: cidade, região, rede urbana, condições de moradia, questões e políticas habitacionais, planejamento urbano e regional, produção do espaço e processos urbanos contemporâneos, perspectivas analíticas sobre a Umbanda.

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Publicado

2024-12-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Amorim, N. C. R., & Araújo, M. M. S. (2024). Desenhando jardins de plantas sagradas nas trilhas do Jardim Botânico de Salvador-Bahia. PosFAUUSP, 31(59), e223810. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfauusp.2024.223810