Pensar as crises com Hannah Arendt: um exercício de pensamento sobre educação, política e pandemia

Autores

  • Nicholas Yoshizato Ultramari
  • Vitor Miranda Ciochetti Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2594-5920.primeirosescritos.2021.178945

Palavras-chave:

Crise, Educação, Política, Pandemia, Hannah Arendt

Resumo

Com a pandemia do novo Coronavírus, a palavra crise tem sido amplamente utilizada no debate público. Nosso objetivo consiste em propor um exercício de pensamento sobre o conceito de crise e seu impacto no campo educacional brasileiro a partir das obras de Hannah Arendt. Se, para a autora, a crise se manifesta no desaparecimento do senso comum, entende-se que, para a educação, seus efeitos consistem na perda do chão de nossas certezas sobre qual o legado que devemos preservar e a quais experiências do mundo podemos recorrer. Por meio de uma investigação do sentido da prática educativa e de acontecimentos da cena política brasileira, apresentamos um contraponto às atuais discursividades pedagógicas em vigor no debate público. Neste sentido, defendemos uma prática educativa marcada por uma temporalidade que não esteja voltada para o futuro, mas para o passado, na qual o objetivo da educação não seja a busca por desenvolver competências para o progresso social, mas a renovação das experiências com o mundo.

Referências

ALMEIDA, Vanessa Sievers de. A distinção entre conhecer e pensar em Hannah Arendt e sua relevância para a educação. Educ. Pesqui., -_São Paulo ,-_v. 36, n. 3, p. 853-865,-_Dec.-_2010 .

ALMEIDA, Vanessa Sievers de. Natalidade e educação: reflexões sobre o milagre do novo na obra de Hannah Arendt. Pro-Posições, - Campinas -, v. 24, n. 2, p. 221-237, Aug. -_2013

AQUINO, Julio Groppa. Defender a escola das pedagogias contemporâneas. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 19, n. 4, p. 669-690, 2017

ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. Editora Perspectiva. São Paulo. 2016

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Trad. Roberto Raposo. 13.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2017a

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2017.

ARENDT, Hannah. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 31-60, 2004. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017.

BANCO MUNDIAL. Agir agora para proteger o capital humano de nossas crianças: Os custos e a Resposta ao Impacto da pandemia da COVID- no Setor de Educação na América Latina e no Caribe”.Washington, World Bank Publication, 2021.

CARVALHO, José Sérgio Fonseca de. Autoridade e educação: o desafio em face do ocaso da tradição. Rev. Bras. Educ. [online]. 2015, vol.20, n.63, pp.975-993.

CARVALHO, José Sérgio Fonseca de. Política e educação em Hannah Arendt: distinções, relações e tensões. Educação & Sociedade (2014).

CARVALHO, José Sérgio Fonseca de. O declínio do sentido público da educação. RBEP - Revista brasileira de estudos pedagógicos., Brasília, DF, v. 89, n. 223, p. 411-424, 2008.

COSTA, Marilda de Oliveira -_and -_SILVA, Leonardo Almeida da. Educação e democracia: Base Nacional Comum Curricular e novo ensino médio sob a ótica de entidades acadêmicas da área educacional. Rev. Bras. Educ. [online]. 2019, vol.24

MICHETTI, Miqueli. ENTRE A LEGITIMAÇÃO E A CRÍTICA: As disputas acerca da Base Nacional Comum Curricular. Rev. bras. Ci. Soc.,-_São Paulo ,-_v. 35, n. 102,-_ 2020.

OECD. Competências para o progresso social: O poder das competências socioemocionais, Fundación Santillana, Madrid, 2015.

PORCEL, Beatriz. Hannah Arendt y las crisis de nuestro tiempo. Revista Argumentos/UFC. Ano 5 n°9 2013

TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na américa: sentimentos e opiniões. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

Downloads

Publicado

2021-04-05 — Atualizado em 2022-04-13

Versões

Edição

Seção

Dossiê pandemia

Como Citar

Ultramari, N. Y. ., & Ciochetti, V. M. . (2022). Pensar as crises com Hannah Arendt: um exercício de pensamento sobre educação, política e pandemia . Primeiros Escritos, 11(1), 261-271. https://doi.org/10.11606/issn.2594-5920.primeirosescritos.2021.178945 (Original work published 2022)