Colonialismo e desenvolvimento na Amazônia: do apogeu ao declínio do ciclo da borracha (1750-1946)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-2423.v12ipe00123002Palavras-chave:
Ciclo da Borracha, Amazônia, Desenvolvimento, Semiperiferia, ExploraçãoResumo
O ciclo da borracha foi um período histórico do Brasil que se deu na Amazônia entre os séculos XIX e XX, categorizado pela extração de borracha em seringais em um processo complexo no qual múltiplos atores nacionais e internacionais se fizeram presentes. Este ensaio busca reconstruir o período histórico, a partir de fontes primárias e secundárias, analisando-o na sequência através das contribuições de Arrighi e Furtado às teorias do desenvolvimento e dependência. Argumenta-se que o Ciclo da Borracha retrata a inserção do Brasil na semiperiferia do mundo-capitalista, integrando-se à divisão internacional do trabalho de modo intermediário, por meio de intensos processos exploratórios em seus ciclos produtivos que promovem marcas irreparáveis para a memória nacional, tendo como principais vítimas os soldados da borracha.
Downloads
Referências
ARRIGHI, Giovanni. A ilusão do desenvolvimento. Petrópolis, Vozes, 1997.
ARRIGHI, Giovanni; DRANGEL, Jessica. The Stratification of the World-Economy: An Exploration of the Economy Zone. Sage Publications, v.X, n.1, 1986.
BRAUDEL, F. A dinâmica do capitalismo. Lisboa: Teorema, 1985.
CARDOSO, Fernando Henrique; Faletto, Enzo. Dependência e desenvolvimento na América Latina: ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
DAVIS, Mike. Holocaustos Coloniais: Clima, Fome e Imperialismo na Formação do Terceiro Mundo. Rio de Janeiro, Record, 2002.
BRAUDEL, Fernand. A dinâmica do capitalismo. Rio de Janeiro, Ed. Rocco, 1987.
FERREIRA, Manoel Rodrigues. A Ferrovia do Diabo. São Paulo: Melhoramentos, 2005.
FURTADO, Celso. Subdesenvolvimento e estagnação na América Latina. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1968.
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. História - Manaus (AM). Brasil, 2014. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1214/>. Acesso em: 08 jan. 2044.
IDD - Instituto Durango Duarte. Iconografia. Brasil, 2024. Disponível em: <https://idd.org.br/iconografia/>. Acesso em: 08 jan. 2024.
LIMA, Frederico Alexandre de Oliveira. Soldados da borracha: das vivências do passado às lutas contemporâneas. 2013. 159 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2013.
MAIA, Andréa Casa Nova. A malária na ferrovia do diabo: outra peste provoca morte de índios e de trabalhadores no Brasil da Primeira República. In: Cerqueira, Fábio Vergara; Axt, Gunter; Ferreira, Renata Brauner (org.). Epidemia na História. Coleção Viver e Morrer na Peste. Pelotas: Ed. UFPel, 2021. p. 291–306. v. 1
MARX, Karl. O Capital. Vol. 1, Tomo 2, Coleção Os Economistas, São Paulo, Ed. Abril, 1996.
MIRANDA NETO, Manoel José de. O dilema da Amazônia. Editora Vozes, 1978.
NEELEMAN, Gary; NEELEMAN, Rose. Soldados da borracha: o exército esquecido que salvou a II Guerra Mundial. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015.
PEREIRA, Gilson Laone. “SOLDADOS DA BORRACHA” – ESQUECIDOS OU NÃO LEMBRADOS?. Margens, [S.l.], v. 8, n. 11, p. 199-217, aug. 2014. ISSN 1982-5374. Available at: <https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistamargens/article/view/3250/3130>. Date accessed: 03 nov. 2024. doi:http://dx.doi.org/10.18542/rmi.v8i11.3250.
REIS, Auricélia França de Souza; SIQUEIRA, Graciele Karine; FREITAS, Thiago Nogueira de (orgs.). SEMTA: Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia - por J. P. Chabloz. Fortaleza: Mauc, 2022.
SAT, Amazon. Viagens pela Amazônia l Borracha, apogeu e queda da borracha l parte-1. Brasil, 25 set. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EVadXjsWU8E>. Acesso em: 05 jan. 2024.
SAT, Amazon. Viagens pela Amazônia l Borracha, apogeu e queda da borracha l parte 2. Brasil, 20 jun. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5IzgrCIflZA>. Acesso em: 05 jan. 2024.
SENA, Cristovam. Fordlândia: breve relato da presença americana na Amazônia. Cadernos De História Da Ciência, 2008, 4(2), 89–108. https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2008.v4.35751
SILVEIRA, Enivaldo de. Como a árvore escondida na Amazônia levou Manaus e Belém ao auge — e à decadência. BBC News Brasil, 4 jun. 2023. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/articles/cmmeremj267o>. Acesso em: 05 jan. 2024.
WALLERSTEIN, Immanuel. Dependence in an interdependent world: the limited possibilities of transformation within the capitalist world-economy. In: The capitalist world-economy. Cambridge University Press, 1979.
WALLERSTEIN, Immanuel. O capitalismo histórico. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985. (Coleção Primeiros Vôos).
WALLERSTEIN, Immanuel. The Concept of National Development, 1917-1989: ‘Elegy and Requiem’. American Behavioral Scientist 35, no. 4, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Rodrigo da Silva Rocha
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autorizo a Primeiros Estudos - Revista de Graduação em Ciências Sociais a publicar o trabalho (Artigo, Resenha ou Tradução) de minha autoria/responsabilidade, assim como me responsabilizo pelo uso das imagens, caso seja aceito para a publicação on-line.
Concordo a presente declaração como expressão absoluta da verdade e me responsabilizo integralmente, em meu nome e de eventuais co-autores, pelo material apresentado e atesto o ineditismo do texto enviado.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
