"Tudo é muito frágil": Práticas de recrutamento de participantes de pesquisa durante a epidemia do vírus Zika

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-2423.v12i1p1-23

Palavras-chave:

Zika Vírus, recrutamento, participantes de pesquisa

Resumo

Entre 2015 e 2016, o Brasil viveu um período de emergência sanitária em decorrência do vírus Zika e seus desdobramentos. Profissionais de diversos campos científicos, sobretudo as ciências biomédicas, se propuseram a investigar o vírus para compreender sua origem e consequências. Assim, o recrutamento se coloca como uma condição necessária para convidar sujeitos para as suas pesquisas. Este artigo busca mapear as relações e práticas do recrutamento de participantes de pesquisa que ocorreu no período epidêmico do vírus Zika em Recife/PE. Buscando compreender o mecanismo do convite, táticas de convencimento e recusas dentro de uma balança entre a ética, assistência e sobretudo a ciência.

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Biografia do Autor

  • Jane Cecília Rodrigues, Universidade de Brasília

    Jane Cecília Rodrigues é graduanda em Ciências Sociais com habilitação em Sociologia pela Universidade de Brasília

  • Mariana Petruceli, Universidade de Brasília

    Mariana Petruceli é mestranda em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília.

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Publicado

2025-03-31

Edição

Seção

Dossiê "Uma Antropologia da Ciência do Zika"

Como Citar

Rodrigues, J. C., & Petruceli, M. (2025). "Tudo é muito frágil": Práticas de recrutamento de participantes de pesquisa durante a epidemia do vírus Zika. Primeiros Estudos, 12(1), 1-23. https://doi.org/10.11606/issn.2237-2423.v12i1p1-23