‘Negra’, ‘branca’, ‘ser humano’: Um olhar sobre a autodeclaração racial de cientistas do Zika à luz de suas trajetórias pessoais e profissionais
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-2423.v12i1p1-25Palavras-chave:
autodeclaração racial de cientistas, cientistas negras, Zika VírusResumo
Este trabalho tem por objetivo analisar a autodeclaração racial de um conjunto de cientistas que trabalharam sobre o Vírus Zika. Foram entrevistadas entre os anos de 2018 a 2023 em Recife/PE. Por meio de sua autodeclaração racial (ou pela evitação da autodeclaração), buscamos analisar como essas cientistas percebiam seus marcadores sociais da diferença (com foco em raça) influenciando suas próprias trajetórias profissionais e pessoais. Identificamos três abordagens: 1) cientistas que entendiam o marcado racial como importante em suas trajetórias, seja enquanto cientistas negras, pardas ou brancas; 2) cientistas que, apesar de não privilegiarem o marcador racial, observaram a importância de outros marcadores (tais como classe, gênero, maternidade e deficiência); e 3) cientistas que se mostraram pouco ou nada conscientes em relação aos marcadores sociais da diferença em suas trajetórias.
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