Transcendência e Mundanidade: o processo de construção da pessoa na Igreja Adventista do Sétimo Dia.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-2423.v0i7p62-79Palavras-chave:
Cristianismo, dualidade, pessoa, salvação, religião, dádiva,Resumo
Este artigo tem como objetivo realizar uma discussão sobre a forma pela qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia articula o processo de construção da pessoa ante a noção de salvação. Argumento que tal processo está relacionado à busca pela superação de uma disjunção entre dois domínios ontológicos opostos, o transcendente e o mundano, cujo operador máximo é o pecado. Através da exposição de duas noções da teologia adventista – reavivamento e reforma –, busco aqui demonstrar a especificidade do credo adventista em associar a salvação a uma escatologia voltada para a restauração da unidade entre o transcendente e o mundano. Essas discussões são então utilizadas para refletir sobre a pertinência dos dualismos corpo/alma e transcendente/mundano no adventismo e na antropologia do cristianismo em geral, buscando, a partir das críticas de Fenella Cannell e Joel Robbins, uma abordagem que dê espaço a diferentes mobilizações ou ordenações desses conceitos.
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