Soberania nacional e antisemitismo: as memórias da direita nacionalista argentina diante do caso Eichmann
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1676-6288.prolam.2024.211302Palavras-chave:
Caso Eichmann, Direita nacionalista, Anti-semitismo, Soberania nacional, MemóriasResumo
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Adolf Eichmann encontrou refúgio na Argentina. Em maio de 1960, ele foi capturado por um comando de inteligência israelense e levado a Israel para ser julgado. Considerado culpado, ele foi condenado à morte e executado dois anos mais tarde. Estes eventos tiveram um forte impacto no país do qual ele foi sequestrado. O mundo do nacionalismo de direita argentino realizou numerosas manifestações para exigir sua restituição, enquanto havia fortes ondas de anti-semitismo no país. As ações de grupos de jovens como o Movimiento Nacionalista Tacuara e a Guardia Restauradora Nacionalista contra a comunidade judaica argentina foram fortemente repudiadas pela sociedade contemporânea a eles. Ao analisar os boletins e a imprensa nacionalista, os jornais nacionais e as memórias dos ex-militantes, verificarei que as alegações de violação da soberania nacional foram o principal manto que escondeu o caráter racial do anti-semitismo desses movimentos, tanto nos anos 60 como nos últimos anos. Também de particular relevância, na mesma linha, é o anti-sionismo como fachada. Finalmente, nas memórias produzidas hoje, é evidente a tentativa de matizar, omitir ou silenciar o próprio exercício da violência anti-semita.
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