Derrubando muralhas e asfixias: Zózimo Bulbul e o contra trauma na era do apartheid global
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1676-6288.prolam.2025.225674Palavras-chave:
Zózimo Bulbul, Blindagem Cognitiva, Apartheid Brasileiro, Cinema Negro, MobilidadeResumo
O artigo se propõe a um estudo compreensivo sobre a imagem, tal como aparece, como um fenômeno emergente que se constitui em múltiplas manifestações simultaneamente, sejam elas técnicas, estéticas, culturais ou políticas. Levamos em conta a imagem como horizonte no fazer antropológico e, neste fazer, não apenas o caráter representacional da experiência etnográfica que é suscitada – ou seja, seu uso meramente como “dado etnográfico”. Por esse percurso, o presente texto procura introduzir uma meditação sobre o lugar político do que hoje é denominado de cinema negro por críticos da cultura, cineastas, realizadores, ativistas, pensadores e militantes antirracistas. O centro da atenção deste texto é o relevante papel que Zózimo Bulbul desempenhou como figura maior e agente impulsionador do Movimento Cinema Negro.
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