Umbanda e quimbanda
alternativa negra à moral branca
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e180093Palavras-chave:
cultos afro-brasileiros, etnopsicologia, psicologia e religiãoResumo
A quimbanda, modalidade de culto afro-brasileiro habitualmente apresentada como mera inversão ético-moral da umbanda, preservou-se em rituais com entidades espirituais que supostamente contestam ou invertem a ordem moral vigente. Neste estudo acompanharam-se esses rituais e coletaram-se depoimentos de sacerdotes em comunidades religiosas afro-brasileiras, com o objetivo de revisar se de fato há uma pressão exercida por padrões ético-religiosos da sociedade envolvente que poderiam ter moderado ou modificado concepções africanas subjacentes. Na contramão de análises que implicitamente pressupõem a subordinação dos cultos afro-brasileiros a uma única concepção de moralidade, constatou-se que a vivência do sagrado implicada na quimbanda e na umbanda não atrelase a essa moralidade vigente, e que nenhuma das suas manifestações pode ser corretamente descrita como amoral.
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