Devoção e resistência: as táticas dos anfitriões da Folia de Reis na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.178857Palavras-chave:
Folia de Reis, táticas, anfitriões, rua, devoçãoResumo
As Folias de Reis realizam circuitos de visitações às casas dos devotos em um período conhecido como giros ou jornadas, ocorrendo nas madrugadas dos fins de semana entre os dias 24 de dezembro e 6 de janeiro, dia dos Santos Reis. Para elaborar um estudo etnográfico que abarque a complexidade desse empreendimento devocional, divido este artigo em três partes: a primeira visa discutir quem são os devotos da Folia de Reis e seus papéis na execução da devoção; a segunda parte explora a ocupação dos espaços da casa e da rua no momento da realização dos giros da folia; e a parte final pauta-se na exploração das “táticas” (Certeau, 1994) praticadas pelos devotos anfitriões da bandeira para a garantia da integridade física e moral dos foliões e seus familiares durante o circuito ritual realizado na periferia da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.
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