O santo e o encantado: a procissão afro umbandista para São Sebastião em São João de Pirabas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189653

Palavras-chave:

Amazônia paraense, Afro-brasileiros, Umbanda amazônica, Encantaria, Cidade

Resumo

Todos os dias 19 e 20 de janeiro, em São João de Pirabas, celebra-se uma festividade para Rei Sabá. Rei Sabá, corruptela de Rei Sebastião, é uma entidade que pertence ao panteão dos encantados, seres que não conheceram a experiência da morte. Transformando-se em entes que possuem seu próprio território – a encantaria - esses seres se manifestam a partir de Rei Sabá e de outros agentes. Por meio de uma etnografia em andamento, o artigo apresenta os rituais que antecedem a festividade principal do Rei Sabá, dedicadas a São Sebastião. O objetivo é descrever como as religiões da encantaria marcam e produzem esta cidade no nordeste paraense

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Hermes de Sousa Veras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Hermes de Sousa Veras é doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e mestre em Antropologia pelo PPGA da Universidade Federal do Pará. É membro dos seguintes grupos de pesquisa: Núcleo de Estudos da Religião (NER/UFRGS), LEBARA – Epistemologia e Religião (UNIFESSPA), Grupo de Estudos Culturais na Amazônia (GECA/UFPA) e Religião, arte, materialidade, espaço público: grupo de antropologia (MARES/UFRGS). Autor de O sacerdote e o aprendiz: antropologia de um terreiro amazônico (2021).

Referências

BASTIDE, Roger. 1973. “Algumas considerações em torno de uma ‘lavagem de contas’. In: BASTIDE, Roger. Estudos Afro-Brasileiros. São Paulo, Pioneira. pp. 363-374.

CARNEIRO, Edson. 1977. Candomblés da Bahia. 5ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira; Brasília, INL.

CARVALHO, José Jorge de. 1999. Um espaço público encantado. Pluralidade religiosa e modernidade no Brasil. Série Antropologia 249, UNB.

CAVALCANTE, Patricia Carvalho. 2008. De “nascença” ou de “simpatia”: iniciação, hierarquia e atribuições dos mestres na pajelança marajoara. Belém, dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará.

ENGELKE, Matthew. 2013. God’s Agents: Biblical Publicity in Contemporary England. Berkeley, University of California Press.

FERRETTI, Mundicarmo. 2000. Desceu na guma: o caboclo no tambor de mina em um terreiro de São Luís: a Casa Fanti-Ashanti. São Luís, EDUFMA.

FERRETTI, Sergio. 2013. Encantaria maranhense de Dom Sebastião. Revista Lusófona de Estudos Culturais, v. 1, n. 1: 262-285.

GIUMBELLI, Emerson. 2008. “A presença do religioso no espaço público: modalidades no Brasil”. Religião e Sociedade, v. 28, n. 2: 80-101.

GONÇALVES DA SILVA, Vagner. 1993. “O terreiro e a cidade nas etnografias afro-brasileiras”. Revista de Antropologia, v. 36: 33-79.

LEACOCK, Seth; LEACOCK, Ruth. 1975. Spirits of the Deep: A study of na Afro-Brazilian Cult. New York, Anchor Books.

LUCA, Taíssa Tavernard de. 2010. “Tem branco na guma”: a nobreza europeia montou corte na encantaria mineira. Belém, tese de doutorado, Universidade Federal do Pará.

MAUÉS, Raymundo Heraldo. 1995. Padres, pajés, santos e festas: catolicismo popular e controle eclesiástico. Um estudo antropológico numa área do interior da Amazônia. Belém, CEJUP.

MONTERO, Paula. 2016. “Religiões públicas’ ou religiões na esfera pública? Para uma crítica ao conceito de campo religioso de Pierre Bourdieu. Religião & Sociedade, v. 36, n. 1: 128-150.

PEREIRA, Anderson Lucas da Costa. 2017. A Cabocla Mariana e a sua corte ajuremada: modos de pensar e fazer festa em um terriero de Umbanda em Santarém, Pará. Rio de Janeiro, dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

PRANDI, Reginaldo. 2004. Encantaria brasileira: o livro dos mestres, caboclos e encantados. Rio de Janeiro: Pallas.

QUINTAS, Gianno Gonçalves. 2007. Entre maracas, curimbas e tambores: pajelanças nas religiões afro-brasileiras. Belém, dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará.

RABELO, Miriam. 2014. Enredos, feituras e modos de cuidado: dimensões da vida e da convivência no candomblé. Salvador, EFUBA.

REGO, José de Moraes. 1983. Litolatria: culto das pedras no Estado do Pará. Belém, Edição do Autor.

SANTOS E SILVA, Gerson. 2007. Encantados da “Fortaleza” insular: D. Sebastião, Natureza em uma história cultural na Amazônia. Belém, dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará.

SILVA E SILVA, Jerônimo da. 2014. Cartografia de afetos na encantaria: narrativas de mestres da Amazônia Bragantina. Belém, tese de doutorado, Universidade Federal do Pará.

VAZ FILHO, Florêncio Almeida. 2016. Pajés, benzedores, puxadores e parteiras. Santarém, UFOPA.

VENANCIO, Sariza Oliveira Caetano. 2019. Encantados na Umbanda no norte do Tocantins. Campinas, tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas.

VERGOLINO-HENRY, Anaíza. 2008. “Um encontro na encantaria: notas sobre a inauguração do ‘Monumental Místico Rei Sabá’”. In: MAUÉS, Raymundo Heraldo; VILLACORTA, Gisela Macambira (org.). Pajelanças e Religiões Africanas na Amazônia. Belém, EDUFPA.

VILLACORTA, Gisela Macambira. 2000. As mulheres do pássaro da noite: Pajelança e feitiçaria na região do salgado (nordeste do Pará). Belém, dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará.

VILLACORTA, Gisela Macambira. 2011. “Rosa Azul”: Uma xamã na metrópole da Amazônia. Belém, tese de doutorado, Universidade Federal do Pará.

Publicado

2021-10-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Veras, H. de S. (2021). O santo e o encantado: a procissão afro umbandista para São Sebastião em São João de Pirabas. Revista De Antropologia, 64(3), e189653. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189653