Interpelações do vento. Reflexões guarani mbya sobre distanciamento e vulnerabilidade durante e além da pandemia
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.203189Palavras-chave:
Guarani Mbya, Pandemia, Distanciamento, Vulnerabilidade, Covid-19Resumo
Neste artigo reunimos reflexões e experiências de interlocutoras/es do povo Guarani Mbya com o objetivo de abordar a tópica da vulnerabilidade no contexto da pandemia e para além dela. Particularmente, a Covid e outros adoecimentos são tematizados a partir de reflexões sobre espaços e a relacionalidade que eles produzem (envolvendo pessoas, espíritos e outros agentes ou materialidades) por meio dos fluxos dos ventos. Nossos interlocutores trouxeram à cena questões que os atravessam desde tempos primordiais, mas tornaram-se mais incisivas com as adversidades políticas, sanitárias e ambientais mutuamente implicadas no período pandêmico. Como parte de uma investigação coletiva envolvendo indígenas e não-indígenas, também elaboramos nosso argumento a partir de questionamentos guarani sobre o distanciamento individualizado ou indiscriminado. Em vez de ficarem “cada um em sua casa”, a vida coletiva foi fortalecida nas aldeias, concomitantemente ao afastamento das cidades, suscitando reflexões sobre o manejo da vulnerabilidade nesses espaços.
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