O antirracismo como valor: das cotas étnico-raciais às cotas epistêmicas – entrevista com José Jorge de Carvalho
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.214859Palavras-chave:
Cotas étnico-raciaisResumo
Trata-se de entrevista com José Jorge de Carvalho. Antropólogo, Professor Titular no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), o entrevistado esteve engajado desde o início no debate de cotas na UnB, em 1999, atuando na elaboração da proposta (pioneira) de cotas para negros e indígenas nessa instituição, em 2003, e, posteriormente, na projeção e qualificação do movimento de ações afirmativas em outras instituições do ensino superior público brasileiro. Personagem incansável e sempre criativa do antirracismo no espaço acadêmico, continuou e continua a estudar perspectivas e modelos para expansão e aprofundamento das cotas e ações afirmativas. Foi o idealizador de outro modelo de inclusão, o Encontro de Saberes, orientado para inclusão de mestras e mestres de saberes tradicionais, sobretudo, das matrizes indígenas e afro-diaspóricas, na qualidade de docentes e pesquisadores. A entrevista versa sobre temas interrelacionados dentro do que, nela, é denominado como “horizonte do antirracismo”: as cotas étnico-raciais; as cotas epistêmicas; o sentido do antirracismo em diversos contextos ou “níveis” do espaço acadêmico; a revolução epistêmica, corpo-relacional e cosmológica provocada pela presença viva de mestras e mestres dos saberes do “cosmos vivo”; interculturalidade e transculturalidade etc.
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