Vida em função da água: mulheres e as águas urbanas sob ocupação
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.216347Palavras-chave:
água, Gênero, Palestina, Infraestrutura, cuidadoResumo
Este artigo analisa a infraestrutura de água na ocupação da Cisjordânia e a maneira como o controle dela se desdobra na vida das interlocutoras. Argumento que, a partir da observação do uso doméstico da água, podemos acessar duas escalas analíticas. A primeira mostra a biopolítica de controle da água na ocupação de Israel sobre a Cisjordânia. Já a segunda revela as formas de produzir a vida cotidiana de algumas mulheres e como o manejo da água influencia os processos de individuação de gênero. Para isso, recorro a um “remendo de histórias e mapas”. Com base em entrevistas e em fontes secundárias documentais e etnográficas, foi possível observar o impacto desse controle da água sobre a vida das mulheres palestinas. A constante busca pela água e a administração desta dentro das famílias estabelecem uma vida em “função da água”, que ressalta o papel do trabalho de cuidado na construção da cidade.
Downloads
Referências
ABOUALI, Gamal. 1998. “Natural resources under occupation: The status of Palestinian water under International Law”. Pace International Law Rewiew, 10(411): 165. DOI: https://doi.org/10.58948/2331-3536.1265.
AKAR, Hiba Bou. 2018. For the war yet to come: Planning Beirut’s frontiers (1st edition). Stanford, California, Stanford University Press.
ALATOUT, Samer. 1º dez. 2008. “‘States’ of scarcity: Water, space, and identity politics in Israel, 1948-59”. Environment and Planning D: Society and Space, 26(6): 95982. DOI: https://doi.org/10.1068/d1106.
ANAND, Nikhil. 2017. Hydraulic city: Water and the infrastructures of citizenship in Mumbai. Durham; London, Duke University Press.
BALLESTERO, Andrea. 21 out. 2019. “The anthropology of water”. Annual Review of Anthropology, 48(1): 405-21. DOI: 10.1146/annurev-anthro-102218-011428.
BUSHNAQ, Rawand Bassam Othman. 2004. Implications of water management policies on water poverty in Palestine. Faculty of Graduate Studies, An-Najah National University, Nablus, Palestine.
FREIRE-MEDEIROS, Bianca.; LAGES, Maurício. P. 1º dez. 2020. “A virada das mobilidades: fluxos, fixos e fricções”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 123: 121-142. DOI: 10.4000/rccs.11193
GRAHAM, Stephen; DESAI, Renu; McFARLANE, Colin. 2013. “Water wars in Mumbai”. Public Culture, 25(1): 115-41. DOI: 10.1215/08992363-1890486.
INTERNACIONAL, Anistia. 2009. “Troubled waters: Palestinians denied fair acess to water”. Relatório Anistia Internacional. Anistia Internacional.
KLAWITTER, Simone. 2007. “Water as a Human Right: The understanding of water rights in Palestine”. International Journal of Water Resources Development, 23(2): 303-327. DOI: https://doi.org/10.1080/07900620601181697.
MALONE, Andrew R. 2004. “Water Now: The impact of Israel’s security fence on Palestinian water rights and agriculture in the West Bank”. Case Western Reserve, Journal of International Law, 36(2). Disponível em: https://scholarlycommons.law.case.edu/jil/vol36/iss2/22.
McCALLUM, C.; BUSTAMANTE, V. 1º jun. 2012. “Parentesco, gênero e individuação no cotidiano da casa em um bairro popular de Salvador da Bahia”. Etnografica, 16(2): 221-246. DOI: 10.4000/etnografica.1476.
NAGUIB, Nefissa. fev. 2007. “Women’s dignity scorched in Palestine: When clean water is cut off”. Anthropology News, 48(2): 1010. DOI: 10.1525/an.2007.48.2.10.
NAGUIB, Nefissa. 2009. Women, water and memory: Recasting lives in Palestine. Leiden; Boston, Brill. Women and Gender, the Middle East and the Islamic World, vol. 6.
PANDEY, Punam. 2011. “Water between Israel and Palestine: An iniquitous bargain”. Journal of South Asian and Middle Eastern Studies, 34 (3): 83-100. DOI: 10.1353/jsa.2011.0007.
PIEROBON, Camila. 2021. “Fazer a água circular: tempo e rotina na batalha pela habitação”. Mana, 27(2): e272203. DOI: 10.1590/1678-49442021v27n2a203
RABI, Ayman. 2009. “Water pricing as a means to ensure water conservation: A case study from Palestine”. In: EL MOUJABBER, M.; MANDI L.; TRISORIO-LIUZZI, G.; MARTÍN, I.; RABI, A.; RODRÍGUEZ, R. (eds.). Technological perspectives for rational use of water resources in the Mediterranean region. Bari, Ciheam, pp. 119-129 (Options Méditerranéennes: Série A. Séminaires Méditerranéens, n. 88). 2. MELIA Workshop Technological Perspectives for Rational Use of Water Resources in the Mediterranean Region, 2008/10/29-2008/11/02, Marrakesh (Morocco). http://om.ciheam.org/om/pdf/a88/00801186.pdf.
RUDOLPH, Michelle. 2020. Water governance under occupation: A contemporary analysis of the water insecurities of Palestinians in the Jordan Valley, West Bank. Erasmus University.
SELBY, Jan. jan. 2003. “Dressing up domination as ‘cooperation’: the case of Israeli-Palestinian water relations”. Review of International Studies, 29(1): 121-138. Cambridge Core. Acessado em 7 jun. 2022.
STAMATOPOULOU-ROBBINS, Sophia C. mar. 2021. “Failure to build: Sewage and the choppy temporality of infrastructure in Palestine”. Environment and Planning E: Nature and Space, 4(1): 28-42. DOI: 10.1177/2514848620908193.
VON SCHNITZLER, Antina. 2016. Democracy’s infrastructure: Techno-politics and protest after apartheid. Princeton, Princeton University Press.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista de Antropologia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
