O nascimento da Palavra: linguagem, força e autoridade ritual mapuche
DOI:
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2011.39648Palavras-chave:
Mapuche, Clastres, linguagem, força, autoridade ritual.Resumo
Este artigo procura abordar os papéis de sacerdote, chefe e xamã – todos presentes no ngillatun, ritual de fertilidade mapuche – da perspectiva de seus modos diferenciais de travar relações por meio da linguagem. A linguagem, conforme entendida pelos Mapuche do meio rural chileno, não emerge exclusivamente das intenções de falantes individuais, mas igualmente da força (newen) constitutiva da totalidade do ser. Sacerdotes, chefes e xamãs recorrem à fala para alinhar-se a essa força, que por meio deles se atualiza. Uma tal observação lança nova luz sobre o entendimento de Clastres quanto à relação entre chefia e linguagem. Se, acompanhando os Mapuche, enfatizamos as qualidades indexicais da linguagem, em detrimento das simbólicas, vemos que se torna um tanto problemático analisar a linguagem dos chefes em conformidade com um modelo de “troca”, como faz Clastres.Downloads
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