Diderot: a descoberta das técnicas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i18p9-39Palavras-chave:
Diderot, Crítica de arte, Filosofia, Estética, TécnicaResumo
Ao abordar a estética de Diderot à luz da passagem das metafísicas do belo ao protagonismo discursivo da dimensão técnica das artes na história das ideias, o texto desenvolve-se em três momentos distintos. Primeiro, situa-se a particularidade da contribuição diderotiana no debate histórico sobre a questão do belo desde o século XVII. Segundo, aborda-se em Diderot o questionamento da arte desde um ponto de vista mais concreto, voltado para a relação entre os objetos no interior do processo artístico, mas balizada com a perspectiva do belo herdada do empirismo. Terceiro, a fim de ilustrar o procedimento diderotiano, propõe-se um estudo sobre a questão da moral em seu romance, A religiosa. O intuito é mostrar como Diderot manipula conjugadamente, por meio de inúmeros “desvios” e “combinações” de caracteres, tanto o conflito tematizado entre os códigos europeus de conduta quanto as várias instâncias do plano das relações humanas, das linhas de força “técnicas” nestas atuantes.
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