Valores antropométricos normativos em idosos do Nordeste brasileiro: um estudo populacional
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2022e36184395Palavras-chave:
Envelhecimento, Epidemiologia, Músculo esquelético, Tecido adiposoResumo
Este estudo teve como objetivo descrever e analisar o perfil antropométrico de idosos residentes em um município de pequeno porte do Nordeste brasileiro. Trata-se de um estudo transversal conduzido com 211 idosos. Realizou-se entrevistas face a face e mensurações antropométricas. Os indicadores antropométricos foram circunferências da panturrilha (CP) e do braço (CB), área muscular do braço (AMB), área muscular do braço corrigida (AMB-c), circunferência muscular do braço (CMB), circunferência da cintura (CC), dobra cutânea tricipital (DCT), área adiposa do braço (AAB) e índice de massa corporal (IMC). Utilizou-se percentis, médias, medianas, valores mínimos e máximos, desvios padrão e intervalos interquartis. Nas análises comparativas adotou-se nível de significância de 5%. Identificou-se que os homens apresentaram maiores valores na CP, CMB, AMB e AMB-c, e as mulheres maior DCT, AAB e IMC. Por grupos etários verificou-se que as idosas com idade de 60-69 a 70-79 anos tinham maior CP e DCT do que as longevas. Averiguou-se, também, que as mulheres com idade de 60-69 anos possuíam maior CB, CMB, AMB, AMB-c e AAB, quando comparadas àquelas dos demais grupos etários. Ademais, as idosas de 60-69 anos demonstraram maior CC e IMC, em relação às avaliadas com idade ≥80 anos. No sexo masculino foi identificado que nos grupos de 60-69 e 70-79 anos foram maiores os valores da CB, CMB, AMB e AMB-c, em relação aos observados no grupo etário ≥80 anos. As evidências rementem que, na população avaliada, os homens possuíam maiores valores nas variáveis relacionadas a massa muscular, enquanto as mulheres nas de adiposidade. Em ambos os sexos, os idosos mais jovens dispunham de maiores valores nos indicadores de massa muscular e as mulheres longevas menor adiposidade.
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