Tecnologia e esporte: o desenvolvimento dos aparelhos da Ginástica Artística e sua influência no Brasil

Autores

  • Marco Antonio Coelho Bortoleto Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física, Campinas, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2023e37nesp215373

Palavras-chave:

Treinamento, Esporte, Indústria, Equipamentos esportivos, Patentes, Mercado

Resumo

Como elemento constitutivo do esporte moderno e elo de ligação com a sociedade, a tecnologia consolidou-se como um relevante objeto de estudo. Sob o argumento do aprimoramento da funcionalidade dos equipamentos, do aumento da segurança e da optimização da performance, esse imbricado processo mediado pelos interesses econômicos e políticos, materializa-se num particular segmento da indústria e do comércio. Considerando que o desenvolvimento dos aparelhos da Ginástica Artística vem modificando substancialmente a sua prática, o interesse das federações nacionais e clubes fez aumentar a demanda pelo assessoramento técnico-científico. O presente artigo investiga, por meio de uma análise documental combinada, o desenvolvimento da indústria, o registro de propriedade intelectual como dispositivo moderador e a centralidade da Federação Internacional de Ginástica (FIG) por meio da exigência de certificação. Os resultados indicam uma recente mudança geopolítica dos fabricantes, com ascensão das corporações chinesas, o aumento dos pedidos de patente e um conjunto restrito de fabricantes que obtiveram a certificação de seus aparelhos. Observamos, ainda, uma indústria nacional defasada em termos tecnológicos e centralizada na região sudeste, condições que mantém a dependência tecnológica do Brasil apesar da melhora substancial dos resultados competitivos dos(as) ginastas brasileiros(as) nos principais eventos desta modalidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Ullman J. De la gymnastique aux sport modernes. Paris: Ed. Librairie Philosophique J. Vrin; 1977.

Vigarello G. Une Histoire culturelle du sport. Techniques d’hier... et d’aujourd’hui. Paris: R. Laffont; 1988.

Sterling JJ, McDonald MG, organizadores. Sports, society, and technology: bodies, practices, and knowledge production. Palgrave Macmillan; 2020. 297 p.

Pfister G. Sport, technology and society: from snow shoes to racing skis. Culture Sport Soc. 2001;4(1):73-98.

Piard C. Fondements de la Gymnastique: technologie et pedagogie. Paris: Vigot; 1982.

Oliveira MS, Bortoleto MAC. Apontamentos sobre a evolução histórica, material e morfológica dos aparelhos da ginástica artística masculina. Rev Educ Fís UEM. 2011;22(2):283-95.

Bortoleto MAC, Coelho TF. Men’s artistic gymnastics: is the use of elastic surfaces systematic in the training process? Rev Bras Educ Fís Esporte. 2016;30:51-9.

Bortoleto MAC. The impact of elastic technologies on Artistic Gymnastics: a special case study from Brazil. In: The Science of Gymnastics: advanced concepts. 2. ed London: Routledge; 2018. p. 266-77.

Bortoleto MAC. Tecnologia & Ginástica Artística: ampliando as desigualdades. In: Anais do VI Congresso Latino-Americano de Estudos Socioculturais do Esporte. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2019. p. 513-7.

Karacsony I, Cuk I. Floor exercises: methods, ideas, curiosities, history. Ljubljana: University of Ljubljana Press; 2005.

Fédération Internationale de Gymnastique. Apparatus Norms Part II. Lausanne: FIG; 2022. Disponível em: https://www.gymnastics.sport/site/rules/#9.

Tight M. Documentary research in the Social Sciences. Londres: Sage Publications; 2019.

Mills C, Pain MTG, Yeadon MR. Modeling a viscoelastic Gymnastics landing mat during impact. J Appl Biomechanics. 2006;22(2):103-11.

Carrara P, Mochizuki L. Influência do Código de Pontuação no treino da Ginástica Artística Masculina. Motriz: Rev Educ Fís. 2011;17(2):691-9.

USGF Gymnastics Magazine set/out 1981. Forth Worth: US Gymnastics Federation; 1981.

Los Angeles Times. Accident leaves Chinese gymnast paralyzed. Los Angeles Times. 22 de julho de 1998.

Sands W, Kimmel W, Mcneal J, Smith S, Penitente G, Murray S, et al. Kinematic and kinetic tumbling take-off comparisons of a Spring-floor and an Air FloorTM: a pilot study. Sci Gymnastics J. 2013; 5:31-46.

McNeal JR, Sands WA, Shultz BB. Muscle activation characteristics of tumbling take-offs. Sports Biomech. 2007; 6(3):375-90.

Sands WA, Caine DJ, Borms J. Scientific aspects of Women’s Gymnastics. Med Sport Sci. 2003;45. Disponível em: https://www.karger.com/Book/Home/228581.

Leglise M. Some medical observations on the development of high-level gymnastics. Budepeste: World Gymnastics, FIG and AIPS Press. 1985. Vol. 23. 27 p.

Fink H. Some considerations for gymnastics conditioning. Budepeste: World Gymnastics, FIG and AIPS Press. 1985. 48 p.

Daly RM, Bass SL, Finch CF. Balancing the risk of injury to gymnasts: how effective are the counter measures? British J Sports Med. 2001;35(1):8-19.

Kerwin DG, Yeadon MR, Harwood MJ. High bar release in triple somersault dismounts. J Appl Biomechanics. 1993;9(4):279-86.

Magakian A. La gymnastique artistique et sportive contemporaine: masculine et féminine. Paris: Ed. Chiron Sports; 1978.

Nakasone M. Elements development on horizontal bar in men’s artistic gymnastics in Japan literature. Sci Gymn J. 2015;7(3):95-106.

Malíř R, Chrudimský J, Šteffl M, Stastny P. A systematic review of dynamic, kinematic, and muscle activity during Gymnastic still rings elements. Sports. 2023;11(3):50.

Goto M, Carrara P, Lopes H, Nunomura M. Towards the Olympic gold: the training plan on the gymnastics rings. Sci Gymn J. 2022;14(2):145-57.

Kaimakamis V, Papadopoulos P, Kaimakamis D, Duka S. Invention and evolution of the parallel bars in the first half of the 19th century. Studies Physical Culture Tourism. 2010;17(2):167-72.

Oliveira MS, Souza ASS de, Nunomura M. Demarcando espaço com magnésio para mulheres na ginástica artística: a consolidação das barras assimétricas entre os anos de 1952-1964. Motrivivência. 2021;33(64):1-21.

Ferreirinha J, Carvalho J, Côrte-Real C, Silva A. The evolution of flight elements in competitive uneven bars routines. Sci Gymnastics J. 2010; 2(1):49-60.

Pekkeriet D. Improvement of grip and durability of uneven bars [dissertação]. Twente: University of Twente; 2017. Disponível em: https://essay.utwente.nl/74330.

Sands W, Mcneal J. Some guidelines on the transition from the Old Horse to the New Table. Technique. 2002;22(1):22-3.

He J, Oca JM de, Zhang L. Why the vault became superior to other events in women’s Artistic Gymnastics at the Olympics? Sci Gymn J. 2022;14(2):237-47.

Seeley MK, Bressel E. A comparison of upper-extremity reaction forces between the Yurchenko Vault and Floor Exercise. J Sports Sci Med. 2005;4(2):85-94.

Yeuseyev SP. Training devices in the Soviet System of Gymnastics training: types, designs, methods of application. Montier: Editorial Fédération Internationale de Gymnastique; 1990.

Pain MTG, Mills CL, Yeadon MR. Video analysis of the deformation and effective mass of gymnastics landing mats. Med Sci Sports Exerc. 2005; 37(10):1754-60.

Pérez-Soriano P, Llana-Belloch S, Morey-Klapsing G, Perez-Turpin JA, Cortell-Tormo JM, van den Tillaar R. Effects of mat characteristics on plantar pressure patterns and perceived mat properties during landing in gymnastics. Sports Biomech. 2010;9(4):245-57.

Mills C, Yeadon MR, Pain MTG. Modifying landing mat material properties may decrease peak contact forces but increase forefoot forces in gymnastics landings. Sports Biomech. 2010;9(3):153-64.

Xiao X, Hao W, Li X, Wan B, Shan G. The influence of landing mat composition on ankle injury risk during a gymnastic landing: a biomechanical quantification. Acta Bioeng Biomech. 2017;19(1):105-13.

Buxton EL, Hiley MJ, Yeadon MR. A comparison of protocols for measuring forces during landing on competition mats in gymnastics. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers, Part P: J Sports Engineering Technology. 2022; 17543371221140496.

Bambauer D. Legal responses to the challenges of sports patents. Harv JL Tech. 2005;18(2):401-31.

Lima LB de Q, Bortoleto MAC, Nunomura M, Schiavon LM. A representatividade da Ginástica Artística feminina paulista no contexto brasileiro (2011-2019). Rev Bras Ci Movimento. 2022;30(3). Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rbcm/article/view/13083.

Campbell RA, Bradshaw EJ, Ball NB, Pease DL, Spratford W. Injury epidemiology and risk factors in competitive artistic gymnasts: a systematic review. Br J Sports Med. 2019;53(17):1056-69.

Bortoleto MAC, Schiavon LM. “Pequena notável”: ensaio sociológico sobre a Ginástica Artística brasileira. In: Giglio SS, Amaral SCF, Ribeiro OCF, Bortoleto MAC, organizadores. Múltiplos olhares sobre os Jogos Olímpicos. São Paulo: Intermeios / Fapesp. 2018. p. 81-104.

Bauman Z. Wasted Lives: Modernity and its outcasts. Oxford: Malden; 2004.

Fuss FK, Subic A, Mehta R. The impact of technology on sport: new frontiers. Sports Technol. 2008;1(1):1-2.

Downloads

Publicado

2023-12-21

Como Citar

Bortoleto, M. A. C. (2023). Tecnologia e esporte: o desenvolvimento dos aparelhos da Ginástica Artística e sua influência no Brasil. Revista Brasileira De Educação Física E Esporte, 37(Especial), e37nesp215373. https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2023e37nesp215373

Dados de financiamento