Fatores relacionados à liquidez estrutural dos bancos no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x201806350Palavras-chave:
liquidez estrutural, instituições bancárias, Basileia III, bancos, risco de liquidezResumo
O trabalho teve por fim identificar a relação do índice de liquidez estrutural (ILE) com variáveis macroeconômicas, características dos bancos e vigência do Acordo de Basileia III. Embora a discussão acadêmica sobre liquidez bancária aborde essencialmente questões de curto prazo, o monitoramento da liquidez de longo prazo permite avaliar a dependência excessiva de recursos instáveis pelos bancos e, assim, contribuir para mitigar os riscos de crises sistêmicas de liquidez, como a de 2008. Ao fornecer evidências das relações do ILE com variáveis explicativas selecionadas, o estudo insere-se no contexto das deliberações do Acordo de Basileia III, que preveem cumprimento, a partir de 2018, da exigência regulamentar do índice de liquidez (IL) de longo prazo. O modelo foi formulado com base em 14 hipóteses de pesquisa testadas por meio de regressões com dados em painel agrupadas, estimadas por mínimos quadrados, mínimos quadrados com efeitos fixos e mínimos quadrados em dois estágios com efeitos fixos. A variável dependente foi construída a partir de dados contábeis de 184 conglomerados e instituições financeiras individuais existentes no país entre junho de 2002 e dezembro de 2014. O ILE apresentou relação positiva com as variações da taxa de câmbio, reservas internacionais e depósitos compulsórios, além da rentabilidade, tamanho e especialidade principal das instituições. Foi encontrada relação negativa do ILE com as variáveis taxa básica de juros, risco-país, saldo da balança comercial, período de vigência do Acordo de Basileia III, tipo de controle do capital (público ou privado) e terem ou não capital aberto, com ações listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA). A validação da relação dessas variáveis explanatórias com o ILE fornece uma compreensão mais ampla dos riscos aos quais instituições financeiras estão expostas, contribuindo para a análise preventiva do risco de liquidez bancária – indicador antecedente de crises financeiras, de perda de confiança e de instabilidade econômica.
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