No limite: impactos do fluxo de caixa em risco sobre o patrimônio líquido de empresas de capital aberto no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x20231907.enPalavras-chave:
risco de insolvência, requerimento de capital, fluxo de caixa sob risco, probabilidade de ruínaResumo
O objetivo deste artigo foi mensurar o fluxo de caixa sob risco (CFaR) de companhias não financeiras do mercado de capitais brasileiro e compará-lo ao patrimônio líquido, avaliando o risco de insolvência. Diferentemente de bancos e seguradoras, que possuem fortes exigências de capital, a regulação atual de instituições não financeiras no Brasil não prevê o cálculo nem a manutenção de um patrimônio líquido mínimo. Este estudo preenche uma lacuna da literatura ao relacionar o CFaR com o Patrimônio Líquido das entidades, fornecendo uma medida de risco de insolvência. Monitorar o risco de insolvência (i.e., possibilidade de o patrimônio líquido tornar-se negativo) é vital para qualquer entidade, independentemente do setor de atuação, mercado ou porte. Os resultados da mensuração do CFaR mostram que empresas de diversos setores econômicos podem estar expostas à insuficiência de recursos em caso de problemas operacionais. Espera-se fornecer subsídios a órgãos reguladores de diversos setores, para avaliarem as exigências de capital mínimo. O CFaR foi medido utilizando o Ebit e o Ebitda (trimestrais e anuais). O painel foi composto por 186 empresas listadas na B³, entre 2010-2022, totalizando 4.897 empresas-trimestres. Segregaram-se as empresas em oito subgrupos, baseados em suas características. Como resultado, descobriu-se que as companhias abertas não financeiras do mercado brasileiro podem estar com baixa capitalização, pois 18% das 169 entidades que atualmente possuem patrimônio líquido positivo passariam a tê-lo negativo ao nível de risco de 1%. Também foram reestimados os CFaR durante a pandemia, não apresentando padrão distinto em relação aos demais períodos.
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