Desempenho ESG e seu impacto no desempenho das emissões de gases de efeito estufa na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.1590/Palavras-chave:
desempenho ESG, emissão de gases de efeito estufa, sustentabilidade empresarialResumo
O objetivo desta pesquisa foi examinar a relação entre performance em governança ambiental, social e corporativa (environmental, social, and corporate governance [ESG]) e o desempenho em emissões de gases de efeito estufa (GEE). Com uma amostra composta por empresas da América Latina, este estudo se propõe a analisar a influência do desempenho ESG, por meio do score geral e dos scores isolados atribuídos às três dimensões ESG, no desempenho de emissões de GEE das firmas. As práticas ESG são complexas, pois envolvem um amplo grupo de partes interessadas, cada uma com interpretações diversas sobre seus impactos nas organizações e na sociedade. Portanto, os relatórios ESG incluem uma variedade de indicadores e temas diversos. Apesar do crescente reconhecimento das práticas ESG como indicadores-chave de desempenho sustentável, ainda existe uma lacuna na América Latina no que diz respeito a estudos que analisem especificamente a relação entre esses critérios e as emissões corporativas de GEE. Essas descobertas são relevantes não só para a comunidade acadêmica, mas para autoridades políticas, reguladores e líderes empresariais que buscam enfrentar desafios climáticos urgentes e promover práticas sustentáveis. A pesquisa pode auxiliá-los a entender e avaliar melhor as oportunidades e os riscos futuros relacionados às práticas ESG, inferir os esforços e resultados na mitigação de GEE, alocar recursos de capital de modo estratégico, aumentar sua legitimidade e obter apoio das partes interessadas. Empresas que adotam práticas sustentáveis têm o potencial de exercer impactos positivos tanto no nível de emprego quanto na comunidade local, gerando significativos resultados no bem-estar social e econômico das regiões, uma vez que empresas em regiões com melhores pontuações ESG e melhor desempenho na mitigação de GEE podem obter uma vantagem competitiva, atraindo investidores e consumidores atentos a esses temas. O robusto resultado obtido na pesquisa é atribuído à eficácia do modelo econométrico hierárquico, que captura variações em múltiplos níveis. Os resultados desta pesquisa confirmam a relação positiva entre pontuações mais elevadas em critérios ESG e melhores pontuações na emissão de GEE. Os resultados também destacam a predominância das características empresariais no desempenho de sustentabilidade e controle de emissões, com variações nacionais e temporais assumindo papéis menores. Tal descoberta contribui com o conhecimento acadêmico e sugere implicações práticas na abordagem dos desafios associados às mudanças climáticas e proporciona insights que podem orientar políticas públicas e estratégias corporativas.
Downloads
Referências
Abreu, M. C. S., Soares, R. A., Daniel-Vasconcelos, V., & Crisóstomo, V. L. (2023). Does board diversity encourage an environmental policy focused on resource use, emission reduction and innovation? The case of companies in Latin America. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 30(3), 1161-1176. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1002/csr.2411
Albitar, K., Borgi, H., Khan, M., & Zahra, A. (2023). Business environmental innovation and CO2 emissions: The moderating role of environmental governance. Business Strategy and the Environment, 32(4), 1996-2007. https://doi.org/10.1002/bse.3232
Alda, M. (2021). The environmental, social, and governance (ESG) dimension of firms in which social responsible investment (SRI) and conventional pension funds invest: The mainstream SRI and the ESG inclusion. Journal of Cleaner Production, 298, 126812. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2021.126812
Alkaraan, F., Albitar, K., Hussainey, K., & Venkatesh, V. G. (2022). Corporate transformation toward industry 4.0 and financial performance: The influence of environmental, social, and governance (ESG). Technological Forecasting and Social Change, 175, 121423. https://doi.org/10.1016/j.techfore.2021.121423
Alsaifi, K., Elnahass, M., & Salama, A. (2020). Carbon emission disclosure and financial performance: UK environmental policy. Business Strategy and the Environment, 2, 711-726. https://doi.org/10.1002/bse.2426
Azar, J., Duro, M., Kadach, I., & Ormazabal, G. (2021). The Big Three and corporate carbon emissions around the world. Journal of Financial Economics, 142, 674-696. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2021.05.007
Baboukardos, D. (2017). Market valuation of greenhouse gas emissions under a mandatory reporting regime: Evidence from the UK. Accounting Forum, 41(3), 221-233. https://doi.org/10.1016/j.accfor.2017.02.003
Baratta, A., Cimino, A., Longo, F., Solina, V., & Verteramo, S. (2023). The impact of ESG practices in industry with a focus on carbon emissions: Insights and future perspectives. Sustainability, 15(8), 6685. http://dx.doi.org/10.3390/su15086685
Belloc, I., & Molina, J. A. (2023). Are greenhouse gas emissions converging in Latin America? Implications for environmental policies. Economic Analysis and Policy, 77, 337-356. https://doi.org/10.1016/j.eap.2022.11.022
Bernardo, J., Albanez, T., & Securato, R. (2018). Fatores macroeconômicos e institucionais, composição do endividamento e estrutura de capital de empresas Latino-Americanas. Brazilian Business Review, 15(2), 152-174. https://doi.org/10.15728/bbr.2018.15.2.4
Bhagat, S., & Hubbard, G. (2022). Rule of law and purpose of the corporation. Corporate Governance: An International Review, 30(1), 10–26. https://doi.org/10.1111/corg.12374
Boiral, O., Henri, J.-F., & Talbot, D. (2012). Modeling the impacts of corporate commitment on climate change. Business Strategy and the Environment, 21, 495-516. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1002/bse.723
Bolton, P., & Kacperczyk, M. (2021). Do investors care about carbon risk? Journal of Financial Economics, 142, 517-549. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2021.05.008
Borsatto, J. M. L. S., Bazani, C., & Amui, L. (2020). Environmental regulations, green innovation and performance: An analysis of industrial sector companies from developed countries and emerging countries. Brazilian Business Review, 17(5), 559-578. https://doi.org/10.15728/bbr.2020.17.5.5
Bui, B., Moses, O., & Houqe, M. N. (2019). Carbon emission disclosure, emission intensity and cost of equity capital: Multi-country evidence. Accounting & Finance, 1, 47-71. https://doi.org/10.1111/acfi.12492
Busch, T., & Hoffmann, V. H. (2007). Emerging carbon constraints for corporate risk management. Ecological Economics, 62(3-4), 518-528. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1016/j.ecolecon.2006.05.022
Busch, T., & Lewandowski, S. (2018). Corporate carbon and financial performance: A meta-analysis. Journal of Industrial Ecology, 22, 745-759. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1111/jiec.12591
Clarkson, M. E. (1995). A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, 20(1), 92-117. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.2307/258888
Clément, A., Robinot, E., & Trespeuch, L. (2023). The use of ESG scores in academic literature: A systematic literature review. Journal of Enterprising Communities: People and Places in the Global Economy. https://doi.org/10.1108/JEC-10-2022-0147
Cong, Y., Zhu, C., Hou, Y., Tian, S., & Cai, X. (2022). Does ESG investment reduce carbon emissions in China? Frontiers in Environmental Science, 10, 977049. https://doi.org/10.3389/fenvs.2022.977049
Cornell, B., & Damodaran, A. (2020). Valuing ESG: doing good or sounding good? The Journal of Impact and ESG Investing, 1(1), 76-93. https://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3557432
Dhanda, K. K., Sarkis, J., & Dhavale, D. G. (2022). Institutional and stakeholder effects on carbon mitigation strategies. Business Strategy and the Environment, 31(3), 782-795. https://doi.org/10.1002/bse.2917
Elango, B., & Wieland, J. R. (2015). Impacto dos efeitos do país no desempenho das empresas de serviços. Journal of Service Management, 26(4), 588-607. http://dx.doi.org/10.1108/JOSM-02-2015-0056
Freeman, R. E. (1984). Strategic management: A stakeholder approach. Pitman.
Galindo, F., Zenkner, M., & Kim, Y. J. (2023). Fundamentos do ESG: Geração de valor para os negócios e para o mundo. Fórum.
Hahn, R., Reimsbach, D., & Schiemann, F. (2015). Organizations, climate change, and transparency: Reviewing the literature on carbon disclosure. Organization & Environment, 28(1), 80-102. https://doi.org/10.1177/1086026615575542
Hoffmann, V. H., & Busch, T. (2008). Corporate carbon performance indicators. Journal of Industrial Ecology, 12, 505-520. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1111/j.1530-9290.2008.00066.x
Husted, B. W., & Sousa-Filho, J. M. (2017). The impact of sustainability governance, country stakeholder orientation, and country risk on environmental, social, and governance performance. Journal of Cleaner Production, 155, 93-102. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1016/j.jclepro.2016.10.025
Intergovernmental Panel on Climate Change. (2023). Climate change 2023: Synthesis report. https://www.ipcc.ch/report/ar6/syr/downloads/report/IPCC_AR6_SYR_LongerReport.pdf
Jinga, P. (2021). The increasing importance of environmental, social and governance (ESG) investing in combating climate change. IntechOpen. https://pdfs.semanticscholar.org/c785/f314c0f2b2032a40b0b0f771cf6411477556.pdf
Klaus, J. P., Nishi, H., Peabody, S. D., & Reichert, C. (2023). CSR activity in response to the Paris Agreement exit. European Financial Management, 29, 667-691. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1111/eufm.12368
Kluza, K., Ziolo, M., & Spoz, A. (2021). Innovation and environmental, social, and governance factors influencing sustainable business models-meta-analysis. Journal of Cleaner Production, 303, 12. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2021.127015
Kotsantonis, S., & Serafeim, G. (2019). Four things no one will tell you about ESG data. Journal of Applied Corporate Finance, 31, 50-58. https://doi.org/10.1111/jacf.12346
La Torre, A., Fajnzylber, P., & Nash, J. (2009). Low carbon, high growth: Latin American responses to climate change ‒ An overview (World Bank Latin American and Caribbean Studies n. 47604). World Bank.
Li, T. T., Wang, K., Sueyoshi, T., & Wang, D. D. (2021). ESG: Research progress and future prospects. Sustainability, 13, 11663. https://doi.org/10.3390/su132111663
Luo, L., Lan, Y. C., & Tang, Q. (2012). Corporate incentives to disclosure carbon information: Evidence from the CDP global 500 report. Journal of International Financial Management & Accounting, 23(2), 93-120. https://doi.org/10.1111/j.1467-646X.2012.01055.x
Luo, L., & Tang, Q. (2014). Does voluntary carbon disclosure reflect underlying carbon performance? Journal of Contemporary Accounting and Economics, 10(3), 191-205. https://doi.org/10.1016/j.jcae.2014.08.003
Luo, L., & Tang, Q. (2022). The real effects of ESG reporting and GRI standards on carbon mitigation: International evidence. Business Strategy and the Environment, 32(6), 2985-3000. https://doi.org/10.1002/bse.3281
Matsumura, E. M., Prakash, R., & Vera-Muñoz, S. C. (2013). Firm-value effects of carbon emissions and carbon disclosures. The Accounting Review, 89(2), 695-724. https://doi.org/10.2308/accr-50629
Minardi, A. (2023). O papel das finanças sustentáveis na transição verde. Revista Contabilidade & Finanças, 34(93), e9044. https://doi.org/10.1590/1808-057x20239044.pt
Mittmann, Z., & Mattos, E. J. (2020). Income inequality and carbon dioxide emissions: Evidence from Latin America. Journal of International Development, 32, 389-407. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1002/jid.3459
Moreira, C. S., Araújo, J. G. R., Silva, G. R., & Lucena, W. G. L. (2023). Environmental, social and governance e o ciclo de vida das firmas: Evidências no mercado brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças, 34(92), e1729. https://doi.org/10.1590/1808-057x20231729.en
Moya-Clemente, I., Ribes-Giner, G., & Pantoja-Díaz, O. (2019). Configurations of sustainable development goals that promote sustainable entrepreneurship over time. Sustainable Development, 28(4), 572-584. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1002/sd.2009
Oliveira, T. D., Gurgel, A. C., & Tonry, S. (2020). The effects of a linked carbon emissions trading scheme for Latin America. Climate Policy, 20(1), 1-17. https://doi.org/10.1080/14693062.2019.1670610
Qian, C., Cao, Q., & Takeuchi, R. (2013). Top management team functional diversity and organizational innovation in China: The moderating effects of environment. Strategic Management Journal, 34, 110-120. https://doi.org/10.1002/smj.1993
Rajesh, R. (2020). Exploring the sustainability performances of firms using environmental, social, and governance scores. Journal of Cleaner Production, 247, 119600. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1016/j.jclepro.2019.119600
Saha, A. K., Al-Shaer, H., Dixon, R., & Demirag, I. (2021). Determinants of carbon emission disclosures and UN sustainable development goals: The case of UK higher education institutions. Australian Accounting Review, 31, 79-107. https://doi.org/10.1111/auar.12324
Schiemann, F., & Sakhel, A. (2019). Carbon disclosure, contextual factors, and information asymmetry: The case of physical risk reporting. The European Accounting Review, 28(4), 791-818. https://doi.org/10.1080/09638180.2018.1534600
Shu, H., & Tan, W. (2023). Does carbon control policy risk affect corporate ESG performance? Economic Modelling, 120, 106148. https://doi.org/10.1016/j.econmod.2022.106148
Sprengel, D. C., & Busch, T. (2011). Stakeholder engagement and environmental strategy: The case of climate change. Business Strategy and the Environment, 20, 351-364. https://doi-org.ez34.periodicos.capes.gov.br/10.1002/bse.684
Tanthanongsakkun, S., Treepongkaruna, S., & Jiraporn, P. (2023). Carbon emissions, corporate governance, and staggered boards. Business Strategy and the Environment, 32(1), 769-780. https://doi.org/10.1002/bse.3174
Turzo, T., Marzi, G., Favino, C., & Terzani, S. (2022). Non-financial reporting research and practice: Lessons from the last decade. Journal of Cleaner Production, 345, 131154. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2022.131154
United Nations Environment Programme Finance Initiative (2004c). The Materiality of Social, Environmental, and Corporate Governance Issues to Equity Pricing. Geneva: UNEP. Disponível em https://www.unepfi.org/industries/investment/the-materiality-of-social-environmental-and-corporate-governance-issues-to-equity-pricing/
United Nations Framework Convention on Climate Change. (1997). Kyoto Protocol to the United Nations Framework Convention on Climate Change. https://legal.un.org/avl/pdf/ha/kpccc/kpccc_e.pdf
United Nations Global Compact. (2024). Accelerating innovation in sustainable finance. https://www.unglobalcompact.org/library/5674
Young-Ferris, A., & Roberts, J. (2021). Looking for something that isn’t there: A case study of an early attempt at ESG integration in investment decision making. European Accounting Review, 32(3), 717-744. https://doi.org/10.1080/09638180.2021.2000458
Yunus, S., Elijido-Ten, E.O., & Abhayawansa, S. (2020). Impact of stakeholder pressure on the adoption of carbon management strategies: Evidence from Australia. Sustainability Accounting, Management and Policy Journal, 11(7), 1189-1212. https://doi.org/10.1108/SAMPJ-04-2019-0135
Wang, X., Wang, J., Guan, W., & Taghizadeh-Hesary, T. (2023). Role of ESG investments in achieving COP-26 targets. Energy Economics, 123, 106757. https://doi.org/10.1016/j.eneco.2023.106757
Wasiuzzaman, S., Ibrahim, S. A., & Kawi, F. (2022). Environmental, social and governance (ESG) disclosure and firm performance: Does national culture matter? Meditari Accountancy Research. https://doi.org/10.1108/MEDAR-06-2021-1356
World Bank Group (2004). Who cares wins: connecting financial markets to a changing world. Disponível em https://documents1.worldbank.org/curated/pt/280911488968799581/pdf/113237-WP-WhoCaresWins-2004.pdf
Wright, C., & Nyberg, D. (2017). An inconvenient truth: How organizations translate climate change into business as usual. Academy of Management Journal, 60(5), 1633-1661. https://doi.org/10.5465/amj.2015.0718
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Anderson Luís Firmino, Fernanda Maciel Peixoto

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo do(s) artigo(s) publicados na RC&F são de inteira responsabilidade do(s) autores, inclusive quanto a veracidade, atualização e precisão dos dados e informações. Os autores cedem, antecipadamente, os direitos autorais à Revista, que adota o sistema CC-BY de licença Creative Commons. Leia mais em: https://creativecommons.org/licenses/.
A RC&F não cobra taxa para a submissão de artigos. A submissão de artigo(s) à RC&F implica na autorização do(s) autor(es) para sua publicação, sem pagamento de direitos autorais.
A submissão de artigos autoriza a RC&F a adequar o texto do(s) artigo(s) a seus formatos de publicação e, se necessário, efetuar alterações ortográficas, gramaticais e normativas.