ONDAS DE FRIO E ENFERMIDADES RESPIRATÓRIAS: ANÁLISE NA PERSPECTIVA DA VULNERABILIDADE CLIMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v0ispe.118949Palavras-chave:
Ondas de frio, Enfermidades respiratórias, Vulnerabilidade, Índices climáticos.Resumo
As repercussões das dinâmicas dos elementos atmosféricos no território são deflagradas, fundamentalmente, pelas formas através das quais o espaço geográfico é produzido pelos grupos sociais. Nesse contexto, o artigo procurou abordar a relação entre o conceito de eventos extremos e vulnerabilidade a enfermidades respiratórias utilizando-se de estudo exploratório sobre ondas de frio em Piracicaba – São Paulo. Para a sua identificação, foram utilizados cinco índices climáticos diferentes aplicados aos dados de temperaturas mínimas, obtidos pelo INMET. As ondas de frio detectadas em cada um dos índices foram correlacionadas (comparativamente) com os dados de internação por doenças respiratórias obtidos no DataSUS, entre os anos de 1998 e 2014. Os resultados indicam a ocorrência de maior número de ondas de frio nos meses de inverno, ocorridas principalmente no período da normal climatológica (1961-1990) quando comparada ao período recente (1991-2014). Entre as técnicas comparadas, observou-se que a quantidade de ondas identificadas é díspar e varia de 72 (CSDI-OMM) a 329 ondas (IPCC) na mesma série histórica. Na análise da vulnerabilidade, foi identificado que a faixa etária mais afetada por enfermidades respiratórias é de 0 a 9 anos e acima de 80 anos, mais da metade do total de internações entre 1998 a 2014 (21.115 internações). De modo geral, os meses representativos do inverno, que havia apresentado maior ocorrência de ondas de frio, também apresentaram maior número de internações, principalmente o mês de julho, com uma média superior a 200 internações. Por fim, os resultados indicam que não é apenas a temperatura (onda de frio) a principal responsável pela deflagração de enfermidades respiratórias. Concluiu-se a necessidade de se abordar os conceitos de eventos extremos e vulnerabilidade para uma análise socioespacial da produção das doenças respiratórias, onde os elementos climáticos consistem em apenas um fator para a deflagração dessas doenças.
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