O Geossistema pela Complexidade: Uma releitura das Esferas Geográficas
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v35i0.140927Palavras-chave:
Dualismos, Organizacional, Homogeneidade, Relações Internas-Endógenas.Resumo
A definição e descrição das esferas geográficas é uma das principais características dos estudos dos Geossistemas. Pelas leituras clássicas de V. Sotchava e G. Bertrand as esferas geográficas são descritas a partir das propriedades de homogeneização e diferenciação. Contudo, o contexto da Complexidade vem destacando as propriedades organizacionais dos sistemas da natureza, trazendo novas considerações para a reflexão das dualidades. Diferente da hegemonia das forças 'universais' que dava supremacia a homogeneidade geral sobre a diferença local, a relevância agora é também a de se observar os mecanismos endógenos, que, a partir de interações locais são responsáveis pelas emergências de níveis organizacionais, de totalidades, de autonomias. O objetivo deste artigo foi discutir a descrição das esferas geográficas em diálogo com a perspectiva organizacional da Complexidade. A análise foi feita pelo discernimento das proposições de constituição da perspectiva organizacional e dos argumentos geossistêmicos, destacando aspectos ligados aos dualismos de funcionamento e de delimitação das esferas geográficas. Como resultado, as esferas geográficas tornam-se constituídas a partir de relações internas-endógenas, recebendo influências externas, mas realizadas a nível local, pelas relações das diferenciações espaciais locais. As dinâmicas endógenas tornam-se as principais responsáveis pela constituição e manutenção das homogeneidades espaciais. As unidades mínimas de análise podem considerar o humano e cultural como possíveis referencias para a delimitação das esferas geográficas.
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