Temperatura do Ar, Densidade de Volume Construído e Topografia em Belo Horizonte/MG
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v37i0.144667Palavras-chave:
Cobertura do Solo, Relevo, Clima Urbano, Regressão Geograficamente PonderadaResumo
A temperatura do ar tem variação espacial em áreas urbanas decorrente de diversos fatores, dentre esses destacam-se o uso e ocupação do solo e a topografia. Este artigo apresenta uma aplicação do método de regressão geograficamente ponderada (geographically weighted regression - GWR) para avaliar a relação entre essas variáveis para o caso do município de Belo Horizonte (MG) em recorte temporal correspondente ao mês de agosto, caracterizado por período seco e com condição de céu claro. A densidade de volume construído das edificações e a altitude foram definidas como variáveis explicativas e a temperatura média do ar a variável dependente. Os resultados obtidos apontaram uma baixa predição dos métodos espaciais na explicação da relação entre as variáveis. Observou-se que a melhor correlação ocorreu nas análises da GWR para altitude e temperatura, fato que aponta para um predomínio da atuação de fatores geoecológicos naturais na configuração climática do município. Mesmo com ressalvas e limitações inerentes ao método estatístico, que teoricamente apresenta um tipo de regressão linear, verifica-se que essa técnica, associada a plataformas de sistema de informação geográfica, auxilia na interpretação dos resultados em uma escala local, o que pode melhorar a compreensão da contribuição dos diversos fatores no balanço de energia em ambiente urbano. Ao mesmo tempo, o uso do geoprocessamento permite a atualização constante da informação, sendo que novos dados podem ser agregados aos modelos, otimizando sua capacidade analítica, em uma linguagem acessível a tomadores de decisão nas cidades.
Downloads
Referências
AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.
ASSIS, E. S. Aplicações da climatologia urbana no planejamento da cidade: revisão dos estudos brasileiros. RUA. Revista de Arquitetura e Urbanismo, v. 9, p. 20-25, 2006.
ASSIS, W. L. O sistema clima urbano do município de Belo Horizonte na perspectiva têmporo-espacial, Belo Horizonte. Tese (Doutorado em Geografia) - Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.
BARRY, R. G.; CHORLEY, R. J. Atmosphere, weather and climate. 9ª ed. Oxon: Routledge, 2010. xvi, 516p.
GUSSON, C. S.; DUARTE, D. H. S. Effects of Built Density and Urban Morphology on Urban Microclimate - Calibration of the Model ENVI-met V4 for the Subtropical Sao Paulo, Brazil. Procedia Engineering v. 169, p. 2-10, 2016.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010: Aglomerados subnormais, Informações territoriais. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.
IPEA - INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (relator). Relatório brasileiro para o Habitat III. Brasília: ConCidades, IPEA, 2016.
IVANJNSIC, D., KALIGARIC, M., ZIBERNA, I. Geographically weighted regression of the urban heat island of a small city. Applied Geography, v. 53, p. 341-353, 2014.
LANDSBERG, H. E. The urban climate. New York, 1981, 275p.
MONTEIRO, C. A. F. Teoria e clima urbano: um projeto e seus caminhos. In: MENDONÇA, F.; MONTEIRO, C. A. F. (Org.). Clima Urbano. São Paulo: Contexto, 2003.
MORAIS, J. D. M. Análise exploratória de diferenças de conforto térmico entre dois padrões de ocupação urbana representados por ocupação espontânea e por ocupação planejada. 184f. 2011. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.
NG, E. Urban climatic map studies in China – Hong Kong. In: NG, E. e REN, C. (Editors). The Urban Climatic Map: A Methodology for Sustainable Urban Planning. 1. ed. New York: Taylor & Francis Group, 2015.
OKE, T. R. Boundary layer climates. London: New York, 1978, 372p.
OKE, T. R. The energetic basis of the urban heat island. Quarterly Journal of the Royal Meteorological Society, v. 108, p. 1-24, 1982.
OKE, T.; MILLS, G.; CHRISTEN, A.; VOOGT, J. Urban Climates. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.
PRODABEL - EMPRESA DE INFORMÁTICA E INFORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. Base topográfica digital do município de Belo Horizonte, 2001: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Escala 1:5.000.
REN, C., NG, E., KATZSCHNER, L. Urban climatic map studies: a review. International Journal of Climatology, v. 31, p. 2213–2233, 2011.
ROGERSON, P. A. Métodos estatísticos para geografia: um guia para o estudante. Porto Alegre: Bookman, 2012.
ROTH, M. Review of urban climate research in (sub)tropical regions. International Journal of Climatology, v. 27, p. 1859-1873, 2007.
STEWART, I. D.; OKE, T. R. Local Climate Zones for urban temperature studies. Bulletin of the American Meteorological Society, v. 93, p. 1879-1900, 2012.
TSO, C. P.; CHAN, B. K.; HASHIM, M. A. An Improvement to the Basic Energy Balance Model for Urban Thermal Environment Analysis. Energy and Buildings, v. 14, p. 143-152, 1990.
VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e climatologia. Brasília: INMET, Gráfica e Editora Stilo, 2000. 532p.
VILELA, J. A.; ASSIS, E. S.; PAIVA, J. E. M. Variáveis do clima urbano: análise da situação atual e prognósticos para a região do Bairro Belvedere III, Belo Horizonte, MG. In: ENCONTRO NACIONAL E LATINO AMERICANO DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUIDO, 9., 2009, Natal. Anais eletrônicos... Natal, 2009. Disponível em: <http://www.infohab.org.br/encac/files/2009/ENCAC09_0295_304.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2017.
VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: UFV, 1991. 449p.
UNITED NATIONS; Department of Economic and Social Affairs; Population Division. World Population Prospects: The 2015 Revision. New York: ESA/P/WP, 2015.
WMO - WORLD METEOROLOGICAL ORGANIZATION. Guide to Meteorological Instruments and Methods of Observation. WMO Report, n. 8, 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution BY-NC-SA que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. A licença adotada enquadra-se no padrão CC-BY-NC-SA.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).