Terrenos de marinha no Brasil: conceitos e evolução histórica no contexto do gerenciamento costeiro integrado
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2023.190816Palavras-chave:
Gestão territorial, Praias, Patrimônio da união, Projeto OrlaResumo
Este trabalho tem como foco os chamados Terrenos de Marinha, a partir da sua Instituição gestora: a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), atualmente na estrutura do Ministério da Economia. A questão central aqui abordada é o papel e o potencial dos Terrenos de Marinha nas políticas públicas territoriais de gerenciamento costeiro no Brasil, analisando evolutivamente a legislação de regência do assunto à luz do gerenciamento costeiro integrado e propondo consolidações conceituais e legais acerca das políticas territoriais incidentes sobre os Terrenos de Marinha. O conceito dos Terrenos de Marinha define uma dimensão física, demarcável em planta ou carta topográfica e alocável no espaço concreto, geométrico. Foi empregada a abordagem metodológica denominada Decálogo para a Gestão Integrada, que apresenta instrumentos conceituais com ênfase especial nas questões de políticas públicas, analisando de forma integrada os aspectos ambientais, socioeconômicos e os desafios que os diversos interesses e usos existentes e planejados na costa impõem ao Estado e à Sociedade. A gestão patrimonial da União relativa aos Terrenos de Marinha evoluiu desde o período do Império até o presente com ênfase em três aspectos principais: o posicionamento topográfico dos Terrenos de Marinha, a sua natureza pública e as consequentes possibilidades de destinação (onerosas ou não). Modernamente, a delimitação dos Terrenos de Marinha ganhou novas dimensões além da patrimonial, tais como a questão ambiental e o gerenciamento costeiro, constituindo-se em elementos essenciais para tanto, especialmente sob a perspectiva de serviços ecossistêmicos e gestão territorial.
Downloads
Referências
BARRAGÁN, J. M. M. Medio ambiente y desarrollo de Areas litorales: Introducción a la planificación y gestión integradas. Cádiz: Ediciones katelani; 2002.
BENKO, G. A Ciência Regional. Paris: Presses Universitaires; 1999.
BRASIL. Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934. Decreta o Código de Águas. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d24643compilado.htm. Acessado em 18/07/2021.
BRASIL. Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946. Dispõe sôbre os bens imóveis da União e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del9760compilado.htm. Acessado em 18/07/2021.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acessado em 18/07/2021.
BRASIL. Decreto nº 99.672, de 6 de novembro de 1990. Dispõe sobre o Cadastro Nacional de Bens Imóveis de propriedade da União e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D99672.htm Acessado em 11/07/2021.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acessado em 18/07/2021.
BRASIL. Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro – GI-GERCO/CIRM. Guia de Diretrizes de Prevenção e Proteção à Erosão Costeira. Brasília. 2018.
BRASIL. Decreto nº 9.679, de 2 de janeiro de 2019. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da Economia, remaneja cargos em comissão e funções de confiança e substitui cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS por Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9679.htm. Acesso em 30/03/2021.
CAIRNEY, P. Understanding Public Policy: Theories and Issues. London: Palgrave. 2012.
CAZETTA, L. C. Legislação imobiliária da União: anotações e comentários às leis básicas. Brasília: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria do Patrimônio da União; 2002.
CORRÊA, R. L. Espaço: um conceito-chave da Geografia. In: Iná Elias de Castro, Paulo Cesar da Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa (orgs.). Geografia: conceitos e temas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2001. P. 15-47.
CIRM - Comissão Interministerial para os Recursos do Mar. Disponível em: https://www.marinha.mil.br/secirm/ Acessado em 04/06/2021.
FRANCO, R. Terrenos de Marinha e Outros Estudos. Salvador: SENAI. 1954.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/estrutura-territorial.html. Acessado em 18/08/2018.
LEXML - Rede de Informação Legislativa e Jurídica. Disponível em: https://www.lexml.gov.br/ Acessado em 18/07/2021.
MADRUGA, M. Terrenos de Marinha. Rio de Janeiro: imprensa nacional. 1928.
MMA - Ministério do meio ambiente. Projeto Orla. Disponível em: http://www.mma.gov.br/informma/item/941-projeto-orla.html . Acessado em outubro de 2018.
OLIVEIRA, M. R., NICOLODI, J. L. A Gestão Costeira no Brasil e os dez anos do Projeto Orla. Uma análise sob a ótica do poder público. Revista de Gestão Costeira Integrada. Volume 12: p. 89-98. 2012. DOI:10.5894/rgci308.
OSTROM, E. Governing the Commons: The Evolution of Institutions for Collective Action. New York: Cambridge University Press, 1990.
PLANALTO - Presidência da República Federativa do Brasil. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/. Acessado em 18/07/2021.
PINTO JÚNIOR, J. M. Domínio Fundiário Público (estudo temático de referência 001/2009-JMPJ/CGDPM/DPP/PGU). Brasília: Advocacia-Geral da União. 2009.
ROCHA, R.; TOLDO, E.; WESCHENFELDER, J. Delimitação do Terreno de Marinha: Estudo de caso no litoral do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Cartografia. Volume 67. p. 1723-1731. 2015.
ROSIERE, S. Géographie politique & Géopolitique. 2E édition. Paris: Ellipses Édition. 2007.
SANTOS, R. de S. Terrenos de Marinha. Rio de Janeiro: Forense. 1985.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo. 2002.
SCHERER, M. E. G., NICOLODI, J. L.; COSTA, M. F., CORRIANI, N, R., GONÇALVES, R. K., CRISTIANO, S. C., RAMOS, B., CAMARGO, J. M., SOUZA, V. A., FISCHER, L. O., SARDINHA, G., MATTOS, M. P. S., PFUETZENREUTER, A., Under new management. In: Malvárez, G. and Navas, F. (eds.), Global Coastal Issues of 2020. Journal of Coastal Research, Special Issue No. 95, pp. 945–952. Coconut Creek. 2020.
SPU - Secretaria do Patrimônio da União. Orientação Normativa GEADE 002 de 12/03/2001. Brasília, DF. 2001.
SPU - Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União. Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/assuntos/gestao/patrimonio-da-uniao/bens-da-uniao/terrenos-de-marinha. Acessado em 24/08/2018.
SPU - Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/patrimonio-da-uniao/plano-nacional-de-caracterizacao . 2017. Acessado em 18/07/2021.
SPU - Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União. Relatório Mensal de Gestão SPU, Setembro de 2020. Brasília, DF. 2020.
SPU - Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/patrimonio-da-uniao . Acessado em 04/06/2021.
SPU - Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União. Nota Técnica SEI nº 17179/2020/ME. Brasília, DF. 2020
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Cláudio Marcus Schmitz, João Luiz Nicolodi, Nelson Luiz Sambaqui Gruber
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution BY-NC-SA que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. A licença adotada enquadra-se no padrão CC-BY-NC-SA.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).