Avaliação da vulnerabilidade ambiental em unidades de conservação da Amazônia Legal Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2024.194462Palavras-chave:
Índice de vulnerabilidade, Unidades de conservação, AmazôniaResumo
Este estudo analisa a vulnerabilidade ambiental das Unidades de Conservação (UCs) na Amazônia Legal Brasileira no período de 2012 a 2021, com foco nos impactos crescentes decorrentes de atividades humanas, como desmatamento, queimadas, exploração madeireira e agricultura. Embora o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) tenha sido implementado, ele não tem sido suficiente para evitar tais impactos, tornando necessária uma avaliação detalhada das áreas protegidas. A metodologia adotada baseou-se na seleção de indicadores e na modelagem de índices ambientais, considerando fatores econômicos, sociais, culturais e políticos, que permitem uma avaliação precisa da vulnerabilidade das UCs. Foram utilizados indicadores de exposição, sensibilidade, impacto potencial e capacidade adaptativa para elaborar um índice final de vulnerabilidade, identificando as principais ameaças às UCs, como a expansão de pastagens e queimadas. Os procedimentos metodológicos incluíram a seleção de indicadores relevantes, coleta de dados de diversas fontes (como INPE, MapBiomas e MODIS), normalização e ponderação dos dados, cálculo dos índices e análise espacial dos resultados. A análise revelou uma heterogeneidade significativa entre as UCs da Amazônia Legal, com as regiões de menor capacidade adaptativa concentradas principalmente nos estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso e Rondônia. Os resultados ressaltam a urgência de intervenções direcionadas e o uso do índice de vulnerabilidade como uma ferramenta prática para o direcionamento estratégico de recursos e a implementação de políticas de conservação mais eficazes, contribuindo para o manejo sustentável da Amazônia Legal.
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