Ecoturismo e monitoramento de unidade de conservação: possibilidade de geração de renda e proteção ambiental no PETeR (GO), Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2023.194831Palavras-chave:
Geração de Renda, Biodiversidade, Proteção ambiental, ReceitaResumo
A Lei Federal n° 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), é foco de um debate em diversos campos sobre sua efetividade. As UCs se dividem em dois grupos: Proteção Integral (PI) e Uso Sustentável (US), sendo que o ponto mais significativo a diferi-las é a restrição em sua utilização. Entre as utilizações possíveis está o turismo, mais especificamente o ecoturismo. Esse segmento tem como alicerces a conservação ambiental, a geração de renda e a educação ambiental, o que coaduna com as orientações do SNUC. O objetivo deste trabalho é compreender a importância do ecoturismo nas Unidades de Conservação para a prática conservacionista da biodiversidade, assim como gerar receitas ao mesmo tempo. Ademais, apresenta as UCs como ferramentas de contenção do avanço da fronteira agrícola em áreas ainda não degradadas pela ação antrópica. Foi possível verificar, por meio do recorte espacial, Parque Estadual Terra Ronca (PETeR-GO), que este contribui para a conservação de espécies. O PETeR está localizado em uma área de tensão agrícola, na região Nordeste do Estado de Goiás, onde talvez o único empecilho de expansão seja o Parque. No que tange aos aspectos econômicos, não foi possível apresentar dados devido à falta de monitoramento, contudo, para tal reflexão foram utilizados trabalhos sobre as UCs federais que possuem monitoramento e, assim, foi possível estimar os ganhos com a visitação. Em vista do que se pensa sobre a prática ecoturista, bem como os objetivos das UCs, pode-se falar que há possibilidades concretas para a geração de renda e, também, para a conservação ambiental.
Downloads
Referências
ASSIS, P. C; FARIA, K. M. S; BAYER, M. Unidade de Conservação e sua efetividade na proteção dos recursos hídricos na Bacia do Rio Araguaia. Sociedade & Natureza, Uberlândia-MG, v. 34, e60335, 2022.
AOUN, S. Paraíso à vista – os jardins do éden oferecidos pelo turismo. In: RODRIGUES, A. B. (org.). Ecoturismo no Brasil. São Paulo: Contexto, 2003. p. 47-58.
BARBOSA, Y. M. O despertar do turismo: um olhar crítico sobre os não-lugares. São Paulo: Aleph, 2001.
BARRETO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas: Ed. Papirus, 2003.
BAUDRILLARD, J. A sociedade do consumo. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Arte e Comunicação, 2018.
BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 5. ed. São Paulo: Ed. Senac, 2001.
BENSUAN, N. Conservação da biodiversidade em áreas protegidas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2018.
BOLFE, E. L.; SANO, E. E.; CAMPOS, S. K. (eds.). Dinâmica agrícola no Cerrado: análises e projeções. Brasília, DF: Embrapa, 2020.
BRASIL. Ministério do Turismo. Ecoturismo: orientações básicas. 2. ed. Brasília: Ministério do Turismo, 2010.
CARVALHO, G. L. Ecoturismo nos cerrados goianos: do enfrentamento do discurso ao desafio da prática. Goiânia: Observatório Geográfico de Goiás, [2015].
CARVALHO JÚNIOR, O. A. de et al. Ambientes cársticos. In: FLORENZANO, T. G. (org.). Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. p. 185- 165.
CASTRO JÚNIOR, E. de; COUTINHO, B. H.; FREITAS, L. E. de. Gestão da Biodiversidade e áreas protegidas. In: GUERRA, A. J. T.; COELHO, M. C. N. Unidades de Conservação: abordagem e características geográficas. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012. p. 25-65.
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Blucher, 1980.
COELHO, M. C. N.; CUNHA, L. H.; MONTEIRO, M. A. Unidades de Conservação: populações, recursos e território. Abordagem da Geografia e da Ecologia Política. In: GUERRA, A. J. T.; COELHO, M. C. N. Unidades de Conservação: abordagem e características geográficas. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2012. p. 68-111.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
DELPHIN, C. F. M. Terra Ronca. Revista UFG, v. 12, n. 9, p. 169-183, 2010.
DIAS, R.; AGUIAR, M. R. Fundamentos do turismo: conceito, normas e definições. Campinas: Editora Alínea, 2002.
ELER, G. O avanço da soja no Cerrado Brasileiro, mapeado pela Nasa. Disponivel em https://super.abril.com.br/tecnologia/o-avanco-da-soja-no-cerrado-brasileiro-mapeado-pela-nasa/2018. Acessado em 10 de janeiro de 2022.
FRIDGEN, J. Dimensions of Tourism. Michigan: Educational Institute of the American Hotel & motel Association, 1990.
GUERRA, A. J. T.; COELHO, M. C. N. (org.). Unidades de Conservação: abordagens e características geográficas. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Monitoramento da visitação em Unidades de Conservação Federais: Resultados de 2019 e breve panorama histórico. [S.l.]: ICMBIO, 2020.
KRIPPENDORF, J. Sociologia do turismo: para uma nova compreensão do lazer e das viagens. São Paulo: Ed Aleph, 2001.
LENCIONI, S. Observações sobre conceito de cidade e urbano. GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, nº 24, p. 109-123, 2008.
LOURENÇO, D. B. Qual o valor da natureza? Uma introdução à ética ambiental. São Paulo: Elefante, 2019.
MARTINS, M. Brasil ganhará programa de revitalização para o Turismo. Panrotas, Mercado, 3 set. 2019. Disponível em: https://www.panrotas.com.br/mercado/economia-e-politica/2019/09brasil-ganhara-programa-de-revitalizacao-para-o-ecoturismo_167292.htm. Acesso em: 6 ago. 2020.
MARX, K. O capital: crítica da economia política: Livro I. Tradução de Reginaldo Sant’Anna. 20. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Reserva Extrativista de Recanto das Araras de Terra Ronca. Disponível em: http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs/consulta-por-uc. Acesso em: 11 jan. 2022.
MONTEIRO, Carlos Augusto Figueiredo. A questão ambiental no Brasil 1960 – 1980. IGEOG-USP Série Teses e Monografias, São Paulo, n°42, 1981.
MONTEIRO, L. Incentivo fiscal não atrai empresas para Nordeste Goiano - O POPULAR
Disponível em https://opopular.com.br/noticias/economia/incentivo-fiscal-n%C3%A3o-atrai-empresas-para-nordeste-goiano/2019. acessado 11/01/2022.
MPF e MP-GO recomendam à Semad prestação de contas de R$ 6 milhões destinados ao Parque Estadual de Terra Ronca disponível em Unidades de Conservação no Brasil disponível - https://uc.socioambiental.org/) acessado em 02/11/2022.
NICHOLLS, H. The Conservation Business. In: Ecotourism and Sustainable Tourism New Perspective and Studies. Jaime A. Seba Research Specialist, Hospitality and Tourism Service.
PARQUE ESTADUAL DE TERRA RONCA – PETeR. SEMAD disponível em https://www.meioambiente.go.gov.br/component/content/article/118-meio-ambiente/unidades-de-conserva/ 2021 acessado em 18 de janeiro de 2022.
PAULA, L. Cerrado é campeão em produtividade na agricultura. Safra, 11 de setembro de 2013. Disponível em: http://revistasafra.com.br/cerrado-e-campeao-em-produtividadena-agricultura/. Acesso em: 8 jan. 2018.
PORTARIA MMA Nº 148, DE 7 DE JUNHO DE 2022 disponível em https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Portaria/2020/P_mma_148_2022_altera_anexos_P_mma_443_444_445_2014_atualiza_especies_ameacadas_extincao.pdf acessado em 31/10/2022.
PORTUGUEZ, A. P. Consumo e espaço – turismo, lazer e outros temas. São Paulo: Roca, 2001.
SEMAD. Programa que monitora a biodiversidade em Unidades de Conservação Goianas, já é realidade em seis parques estaduais. SEMAD, disponível em https://www.meioambiente.go.gov.br/noticias/ 2020. Acessado em 15 de janeiro de 2022.
Relatório Anual de Desmatamento 2021- São Paulo, Brasil. MapBiomas, 2022 disponível em http://alerta.mapbiomas.org. Acessado em 30/10/2022.
RFI. Monocultura da soja destruiu mais de 30% do Cerrado Brasileiro entre 2004 e 2017, alerta WWF. UOL Notícias, 13 jan. 2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2021/01/13/monocultura-da-soja-destruiu-mais-de-30-do-cerrado-brasileiro-entre-2004-e-2017-alerta-wwf.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 7 jan. 2022.
RODRIGUES, A. B. Ecoturismo no Brasil. São Paulo: Contexto, 2003.
SÁ, R. B. V. de. A imagem do Brasil no Turismo: construção, desafios e vantagem competitiva. São Paulo: Aleph, 2002.
SAÚDE. Os problemas de saúde que atingem as grandes cidades. Disponível em: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-problemas-de-saude-que-atingem-as-grandes-cidades/https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-problemas-de-saude-que-atingem-as-grandes-cidades/. Acesso em: 01 de abril de 2021.
SEABRA, G. F. Ecos do turismo: o turismo ecológico em áreas protegidas. Campinas: Papirus, 2001.
SOUZA, Marcelo Lopes de. Ambientes e território: uma introdução à ecologia política. 1. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019.
SOUZA, M. L. de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2021.
SOUZA, T. V. S. B.; THAPA, B.; RODRIGUES, C. G. de; IMORI, D. Contribuições do Turismo em Unidades de Conservação para a Economia Brasileira - Efeitos dos Gastos dos Visitantes em 2015. Brasília: ICMBio, 2015.
SOUZA, T. V. S. B.; SIMÕES, H. B. Contribuições do Turismo em Unidades de Conservação Federais para a Economia Brasileira - Efeitos dos Gastos dos Visitantes em 2017: Sumário Executivo. ICMBio. Brasília, 2018.
SWARBROOKE, J. Turismo sustentável: turismo cultural, ecoturismo e ética. v.5. Tradução de Saulo Krieger. São Paulo: Aleph, 2000.
TRIGO, L. G. G. A Sociedade Pós-Industrial e o Profissional em Turismo. São Paulo: Papirus, 1998.
WALTER, B. M. T.; CARVALHO, A. M. de; RIBEIRO, J. F. O conceito de Savana e de seu componente Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. de; RIBEIRO, J. F. Embrapa Cerrados. v. 2. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. p. 21-45.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Paulo Roberto Ferreira de Aguiar Junior, Juliana Ramalho Barros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution BY-NC-SA que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. A licença adotada enquadra-se no padrão CC-BY-NC-SA.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).