Regionalização biogeográfica de doenças infecciosas humanas no Estado do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2025.215597Palavras-chave:
Agrupamento, Diversidade beta, Patogeografia, SubstituiçãoResumo
Regionalizações biogeográficas representam abstrações da organização da vida na Terra e podem fornecer referências espaciais para o gerenciamento e planejamento em saúde. O objetivo do presente trabalho foi determinar um esquema de regionalização biogeográfica baseado na distribuição geográfica de doenças infecciosas humanas no Estado do Paraná e testar hipóteses que expliquem as regiões observadas. Com base nas distribuições geográficas de 11 doenças infecciosas de notificação compulsória (SINAN, de 2007 a 2020, n=1.012), foram identificadas as regiões por meio de uma análise de agrupamento com base na substituição espacial (turnover) de diversidade beta. A análise de agrupamento foi repetida 1000 vezes embaralhando aleatoriamente as linhas (células de 0,25°) na matriz original. Foi avaliada a importância das variáveis usando modelos de regressão logística multinomial para as seguintes hipóteses: clima contemporâneo (temperatura e precipitação), atividade humana (densidade populacional e acessibilidade geográfica), cobertura do território (cinco classes) e associação complexa (todas as variáveis). A solução de três agrupamentos foi a mais independente e mais informativa. Os agrupamentos ocuparam as porções norte, noroeste e sul do Estado. O modelo que melhor explicou a regionalização foi o modelo completo, o que deu suporte a “hipótese de associação complexa”. Os resultados indicam que há um padrão espacial discernível de substituição das doenças no Estado, e esse fenômeno está associado a uma interação intrincada entre o clima, a atividade da população e a cobertura do território. Sugere-se que a regionalização possa ser adotada como uma estrutura geográfica para a alocação de vacinas.
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