Projeto do Geopark Bodoquena-Pantanal, Mato Grosso do Sul
a proposta de implantação e seu indeferimento
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2024.226368Palavras-chave:
Desenvolvimento sustentável, UNESCO Global Geoparques, Geopark Arouca, Serra da BodoquenaResumo
A criação do Geoparque Bodoquena-Pantanal - GBP, localizado no estado em Mato Grosso do Sul, Brasil, foi discutida entre 2006 até 2010, com o envio posterior da proposta para a Rede Global de Geoparques (Global Geoparks Network – GGN) atualmente UNESCO Global Geoparks, com o objetivo de torná-lo membro desta rede. O trabalho elaborado indicou um território geologicamente importante, mas não foi suficiente para compor a UNESCO Global Geoparks, recebendo o indeferimento em 2011. Assim, pretende-se desenvolver uma análise crítica do processo histórico que resultou na negativa da UNESCO Global Geoparks, por meio da interpretação da documentação da proposta, considerando, sobretudo, os pontos das recomendações da Carta Resposta da UNESCO Global Geoparks e a experiência do Geopark Arouca, Portugal. Apesar de reconhecer a potencialidade do território para um futuro Geoparque, a UNESCO Global Geoparks recomenda entre outras ações, a redução de sua área proposta, ações de estruturação administrativa e de divulgação do GBP e que as comunidades possam participar do movimento do Geoparque. Espera-se que estas informações permitam o entendimento do processo histórico do projeto do GBP e porque ele não foi reconhecido como membro da UNESCO Global Geoparks e assim, contribuir para que os processos de instalação de um Geopark Global, dentro dos critérios da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, sejam mais bem compreendidos.
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