Por que o Estado deve regular a inteligência artificial na saúde: determinantes comerciais da degradação algorítmica capitalista e aplicações clínicas da inteligência artificial
Resumo: O objetivo deste artigo foi descrever as características pelas quais o desenvolvimento da inteligência artificial em aplicações clínicas não pode ser isolado do processo geral seguido por outros mecanismos de extração de renda já praticados nas plataformas de uso de tecnologia digital em outros domínios. A metodologia utilizada foi a de revisão sintética da literatura recente, acadêmica e jornalística, analisando os mecanismos de relação entre a concentração de renda e a degradação algorítmica em diversos campos, incluindo o da saúde. Os resultados levantados mostram que esses mecanismos levam, de maneira inevitável, ao ajuste ou sintonia dos algoritmos e à seleção dos resultados a fim de produzir os melhores retornos para o capital. A lógica por trás das corporações tecnológicas conduz, inexoravelmente, a um processo progressivo, no qual os melhores interesses dos pacientes devem ser pospostos sempre que existam boas razões comerciais. Esse processo independe das boas intenções e do altruísmo das startups da saúde. Concluiu-se que, sem participação ativa do Estado, o ecossistema de geração de soluções digitais para a saúde vai ter uma degradação inevitável para privilegiar a extração de renda, prejudicando os interesses dos pacientes.
Acesse em: https://revistas.usp.br/rdisan/article/view/231445

