Natureza das dificuldades de leitura em crianças brasileiras com dislexia do desenvolvimento

Autores

  • Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla Universidade São Francisco; Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia
  • Bruna Tonietti Trevisan Universidade São Francisco; Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia
  • Fernando César Capovilla Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia
  • Maria do Carmo Alves de Rezende Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-7686.v1i1p7-25

Palavras-chave:

Dislexia, fonologia, Português, ortografia

Resumo

Segundo uma abordagem de processamento de informação, diferentes estratégias de leitura prevalecem em diferentes estágios, dependendo das características da escrita. No primeiro estágio, logográfico, prevalece a estratégia logográfica, em que o reconhecimento é limitado a umas poucas palavras familiares e dificultado por paralexias. No segundo, alfabético, prevalece a estratégia fonológica de decodificação grafemafonema, que permite a leitura de palavras novas, desde que sejam regulares grafofonemicamente irregulares, desde que sejam familiares. O Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP) analisa, sistematicamente, a habilidade de usar cada estratégia. Compõe-se de sete tipos de pares figura-escrita, i.e., uma figura associada a uma palavra ou pseudopalavra. A tarefa é circular os pares corretos e cruzar os incorretos. Os dois primeiros consistem de palavras grafofonemicamente regulares ou irregulares associadas a suas correspondentes figuras. Os cinco últimos consistem de palavras associadas a figuras diferentes, ou a pseudopalavras de quatro tipos: pseudopalavras com pronúncia idêntica à de palavras; pseudopalavras com aspecto similar ao de palavras; pseudopalavras com pronúncia similar em relação à de palavras; e pseudopalavras sem semelhança visual ou fonológica com palavras. Usando TCLPP, o estudo analisou estratégias de leitura de 13 disléxicos, comparando-as às de 2196 normoléxicos de 1ª-7ª série. Resultados mostraram que as dificuldades são basicamente fonológicas. Disléxicos foram tão bem quanto normoléxicos na leitura de palavras, mas significativamente pior na de pseudopalavras, especialmente naquelas com aspecto similar ao de palavras e naquelas com pronúncia similar à de palavras. O estudo corroborou a noção de que o processamento fonológico é o principal quesito de leitura e escrita alfabéticas, e que distúrbios naquele processamento são responsáveis pelas dificuldades específicas de leitura que caracterizam a dislexia do desenvolvimento.

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Publicado

2007-02-01

Edição

Seção

Alfabetização de Crianças

Como Citar

Capovilla, A. G. S., Trevisan, B. T., Capovilla, F. C., & Rezende, M. do C. A. de. (2007). Natureza das dificuldades de leitura em crianças brasileiras com dislexia do desenvolvimento . Acolhendo a Alfabetização Nos Países De Língua Portuguesa, 1(1), 7-25. https://doi.org/10.11606/issn.1980-7686.v1i1p7-25