Análise epidemiológica das oclusões arteriais agudas dos membros inferiores em hospital terciário
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v96i4p264-270Palavras-chave:
Embolia e trombose, Isquemia, Doença arterial periférica/epidemiologia, Extremidade inferior, Lower extremity.Resumo
Introdução: a oclusão arterial aguda (OAA) dos membros inferiores é qualquer diminuição ou piora súbita na perfusão do membro, que determine ameaça à sua viabilidade. Objetivos: analisar as características epidemiológicas dos pacientes portadores de OAA em um hospital terciário. Casuística e Métodos: estudo retrospectivo e transversal, com revisão de prontuários de pacientes internados devido OAA em membros inferiores ocorridas de 2013 a 2016. Foram analisadas as variáveis: idade, sexo, comorbidades (diabete melito, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatias), tabagismo, tratamento e evolução durante a internação. Foi utilizado o teste do Qui-quadrado para comparação entre os grupos. Resultados: foram avaliados 51 pacientes (52,9% sexo masculino), com média de idade de 68 anos em ambos os sexos. Entre as comorbidades, 78,4% eram hipertensos, 66,7% tabagistas, 35,3% portadores de fibrilação atrial, e 27,4% diabéticos. Dezesseis casos evoluíram para amputação, sendo 14 amputações maiores. Não houve diferença estatística significativa nas comorbidades entre os grupos que evoluíram ou não para amputação. No entanto, os pacientes classificados como Rutherford III apresentaram índices maiores de amputação (p=0.0043). O procedimento cirúrgico mais comum foi a tromboembolectomia, realizada em 39,7%, seguido da revascularização endovascular, em 12,70%. Conclusão: o tratamento endovascular ainda é pouco indicado nos casos de OAA, recaindo na cirurgia convencional a opção de revascularização imediata do membro. Os pacientes portadores de OAA de membro inferior possuem alta prevalência de fatores de risco para doença aterosclerótica, apesar de os mesmos não estarem diretamente relacionados à perda do membro.