Prevalência da esclerodermia localizada em um serviço de referência em dermatologia do Estado do Ceará
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i6p568-572Palavras-chave:
Epidemiologia, Dermatologia, Reumatologia, Esclerodermia localizadaResumo
Introdução: A esclerodermia abrange amplo espectro de manifestações clínicas, sendo subdividida em forma localizada e sistêmica. A forma localizada, com acometimento exclusivamente cutâneo e de tecidos circunvizinhos, apresenta fisiopatologia e epidemiologia parcialmente conhecidas pela comunidade científica, com a maioria dos estudos epidemiológicos se concentrando na forma generalizada e extrapolando seus resultados para a outra forma. Este estudo tem o intuito de esclarecer a epidemiologia da esclerodermia localizada no estado do Ceará, visando compreender seus fatores de risco na população brasileira. Trata-se do primeiro estudo epidemiológico brasileiro acerca da esclerodermia localizada. Metodologia: Delineou-se um estudo retrospectivo quantitativo, no qual foram analisados todos os registros das consultas médicas realizadas no Centro de Referência em Dermatologia Dona Libânia (CDERM), Fortaleza, Ceará, em 2015, através das variáveis: nome, sexo, idade, data da consulta, número do prontuário, diagnóstico presuntivo ou confirmado e a frequência do paciente no CDERM. Resultados: Dos 19.576 pacientes analisados, 124 pacientes foram diagnosticados com esclerodermia localizada, representando uma incidência aproximada de 0,62% no serviço. Dentre estes pacientes, 96 (77,42%) eram do sexo feminino e 28 (22,58%) do sexo masculino. A idade média dos pacientes foi de 29,7 anos. Discussão: A prevalência e distribuição por sexo obedeceram às tendências mundiais relatadas em outros trabalhos. Entretanto, constatou-se elevada prevalência de diagnóstico no sexo feminino na faixa etária pediátrica, o que contrasta com dados na literatura que afirmam que as diferenças na distribuição de gênero começam a existir no início da adolescência. Esta diferença pode dever-se a fatores culturais, subdiagnóstico na população masculina ou uma tendência regional na epidemiologia da esclerodermia localizada. Conclusão: Este estudo corresponde ao primeiro estudo epidemiológico brasileiro acerca da esclerodermia localizada, sendo necessários estudos mais amplos e multicêntricos que permitam entender melhor a doença na nossa população e, assim, possam servir de base para futuras ações assistenciais.
Downloads
Referências
Gaubitz M. Epidemiology of connective tissue disorders. Rheumatology. 2006;45(3):33-4. https://doi.org/10.1093/rheumatology/kel282.
Fett N, Werth VP. Update on morphea: part I. Epidemiology, clinical presentation, and pathogenesis. J Am Acad Dermatol. 2011;64(2):217-28. https://doi.org/10.1016/j.jaad.2010.05.045
Parodi A. Morphea (localized scleroderma). In: European Handbook of Dermatological Treatments. 3rd ed. Berlin: Springer; 2015. p.637-42. https://doi.org/10.1007/978-3-662-45139-7_64.
Zancanaro PC, Isaac AR, Garcia LT, Costa IM. Esclerodermia localizada na criança: aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos. An Bras Dermatol. 2009;84(2):161-72. https://doi.org/10.1590/S0365-05962009000200009.
Fett N. Scleroderma: nomenclature, etiology, pathogenesis, prognosis, and treatments: facts and controversies. Clin Dermatol. 2013;31(4):432-7. https://doi.org/10.1016/j.clindermatol.2013.01.010.
Leitenberger JJ, Cayce RL, Haley RW, Adams-Huet B, Bergstresser PR, Jacobe HT. Distinct autoimmune syndromes in morphea: a review of 245 adult and pediatric cases. Arch Dermatol. 2009;145(5):545-50. http://doi.org/10.1001/archdermatol.2009.79.
Birdi N, Laxer RM, Thorner P, Fritzler MJ, Silverman ED. Localized scleroderma progressing to systemic disease. Case report and review of the literature. Arthritis Rheum. 1993;36:410-5. https://doi.org/10.1002/art.1780360318.
Zulian F, Athreya B, Laxer R, Nelson A, Feitosa de Oliveira S, Punaro M, et al. Juvenile localized scleroderma: clinical and epidemiological features in 750 children. An international study. Rheumatology. 2005;45(5):614-20. https://doi.org/10.1093/rheumatology/kei251.
Christen-Zaech S, Hakim MD, Afsar FS, Paller AS. Pediatric morphea (localized scleroderma): review of 136 patients. J Am Acad Dermatol. 2008;59(3):385-96. https://doi.org/10.1016/j.jaad.2008.05.005.
Kreuter A. Localized scleroderma. Dermatol Ther. 2012;25(2):135-47. https://doi.org/10.1111/j.1529-8019.2012.01479.x.
Li SC. Scleroderma in children and adolescents: localized scleroderma and systemic sclerosis. Pediatr Clin North Am. 2018;65(4):757‐81. https://doi.org/10.1111/j.1529-8019.2012.01479.x.
Peterson LS, Nelson AM, Su WP, Mason T, O’Fallon WM, Gabriel SE. The epidemiology of morphea (localized scleroderma) in Olmsted County 1960-1993. J Rheumatol. 1997;24:73-80.
Condie D, Grabell D, Jacobe H. Comparison of outcomes in adults with pediatric-onset morphea and those with adult-onset morphea: a cross-sectional study from the morphea in adults and children cohort. Arthritis Rheumatol. 2014;66(12):3496‐504. https://doi.org/10.1002/art.38853.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Thais Campelo Bedê Vale, Levi Coelho Maia Barros, Matheus Eugênio de Sousa Lima, Mariana Rocha Maia, Maria Araci Pontes Aires
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.