Gestão em saúde: nova disciplina nos cursos de medicina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i3p212-219

Palavras-chave:

Organização e administração, Medicina, Currículo, Saúde

Resumo

Introdução: Para acompanhar as exigências da contemporaneidade, os programas pedagógicos, os quais contém as exigências curriculares, dos cursos de medicina deveriam ser revistos. Seria interessante que, além dos ensinamentos técnicos, a matriz curricular incluísse preceitos não técnicos, também, do ponto de vista da medicina, que permitam aos médicos melhor desempenho na profissão, conforme reforçado por Diretriz governamental21, e uma carreira médica que se estenda para além da medicina. Método: Realizou-se uma análise das disciplinas relacionadas à gestão ofertadas em dezoito (18) dentre os vinte (20) principais cursos de medicina do país, segundo o Ranking Universitário da Folha 2019, com o objetivo de observar a inserção de disciplinas que beneficiem a gestão de serviços de saúde. Resultados: Dos 18 objetos de análise, apenas oito (8) ofertavam matérias nessa área, totalizando vinte e oito (28) disciplinas, sendo sete (7) obrigatórias e vinte e uma (21) eletivas. Verificou-se, ainda, a falta de padronização de conteúdo naquelas que já ministram tais disciplinas, o que dificulta a criação de normas ou resoluções pelo Ministério da Educação (MEC) ou pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que incluam, de fato, esses conteúdos nas grades curriculares. Conclusão: O ensino de gestão e de empreendedorismo no país, então, não contempla a totalidade do território nacional e, quando presente, não consegue contemplar plenamente preceitos importantes à formação acadêmica do médico contemporâneo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Mário Emmanuel Novais, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    MD, PHD, MBA

Referências

Braudel F. The wheels of commerce: civilization e capitalism 15th-18th century. New York: Harper & Row, Publishers; 1982. v.2

Hisrich RD, Peters MP. Empreendedorismo. 5a ed. Porto Alegre: Bookman; 2004.

Baggio AF, Baggio DK. Empreendedorismo: Conceitos e definições. REIT-IMED. 2015;1(1):25-38. doi: https://doi.org/10.18256/2359-3539/reit-imed.v1n1p25-38.

Vale GMV. Empreendedor: origens, concepções teóricas, dispersão e integração. Rev Adm Contemp.. 2014;18(6):874-891. doi: https://doi.org/10.1590/1982-7849rac20141244.

Martes ACB. Weber e Schumpeter: a ação econômica do empreendedor. Rev Econ Polit. 2010;30(2):254-270. doi: https://doi.org/10.1590/S0101-31572010000200005.

Terrim S, Melo A, Jácomo A. Empreendedorismo em saúde: relato de um modelo de Empresa Júnior em Medicina. Rev Med (São Paulo). 2015;94(2):94-8. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v94i2p94-98.

Eesley CE, Miller WF. Impact: Stanford University’s economic impact via innovation and entrepreneurship. SSRN. 2017:7-17. doi: http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2227460.

Fayolle A. Handbook of research in entrepreneurship education, volume 1: A general perspective. Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing; 2007.

Sakhri S. Entrepreneurship in medical academic: what is its place in Algeria? Scholarly J Otolaryngol. 2018;1(2):36-50. doi: https://doi.org/10.32474/SJO.2018.01.000109.

Niccum BA, Sarker A, Wolf SJ, Trowbridge MJ. Innovation and entrepreneurship programs in US medical education: a landscape review and thematic analysis. Med Educ Online. 2017;22(1):1360722. doi: https://doi.org/10.1080/10872981.2017.1360722.

Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 2, de 18 de junho de 2007. Dispõe sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial. Diário Oficial da União. Brasília, 19 jun. 2007; Seção 1, p. 6.

Lima MCF, Jesus, SB. Administração do tempo: um estudo sobre a gestão eficaz do tempo como ferramenta para o aumento da produtividade e work life balance. Ge-Sec [online]. Maio.2012 [acesso em 22 Nov 2020]. doi: https://doi.org/10.7769/gesec.v2i2.48.

Caldwell JA, Caldwell JL, Thompson LA, Lieberman HR. Fatigue and its management in the workplace. Neurosci Biobehav Rev. 2019;96:272-89. doi: https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2018.10.024.

Tomé LM. Relevante, porém escasso: panorama do ensino de empreendedorismo nas escolas médicas [Dissertação]. São Paulo: Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Faculdade Getúlio Vargas; 2019.

Martens CDP, Freitas H. Influência do ensino de empreendedorismo nas intenções de direcionamento profissional dos estudantes. E&D. 2008;15:71-95. Disponível em: http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2008/2008_estudoedebate_cdpm_hf_ensino%20empreendedorismo.pdf.

Franco JOB, Gouvêa JB. A cronologia dos estudos sobre empreendedorismo. REGEPE. 2016;5(3):144-66. doi: http://dx.doi.org/10.14211/regepe.v5i3.360.

Vieira JE, Bellodi PL, Marcondes E, Martins MA. Atividades Práticas Dirigem Escolha de Disciplinas Eletivas no Curso Médico. Rev Bras Educ Med. 2020;29(1):51-54. doi: https://doi.org/10.1590/1981-5271v29.1-008.

Cortez JAA. Capacidade dinâmica gerencial e a longevidade de uma empresa familiar [Dissertação]. São Paulo: Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie; 2019.

Arráez-Aybar LA, Sánchez-Montesinos I, Mirapeix RM, Mompeo-Corredera B, Sañudo-Tejero JR. Relevance of human anatomy in daily clinical practice. Ann Anat. 2010;192(6):341-8. doi: https://doi.org/10.1016/j.aanat.2010.05.002

Hisrich RD, Peters MP, Shepherd AD. Empreendedorismo. 9a ed. Porto Alegre: Bookman; 2009

Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 4, de 7 Novembro 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial da União. Brasília, 9 Nov. 2001; Seção 1, p. 38.

Publicado

2021-08-02

Edição

Seção

Artigos/Articles

Como Citar

Slawka, E., & Novais, M. E. (2021). Gestão em saúde: nova disciplina nos cursos de medicina. Revista De Medicina, 100(3), 212-219. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i3p212-219