Desafios e implementação do Programa Mais Médicos Campineiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i1e-190981Palavras-chave:
Sistema público de saúde, Atenção básica de saúde, Medicina da família e comunidade, Residência médicaResumo
O objetivo deste trabalho é descrever a experiência da implementação do Programa Mais Médicos Campineiro (PMMC) na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, no período de abril de 2019 a abril de 2020, como resultado de política de saúde que adequou as necessidades do município à formação de médicos especialistas em Medicina da Família e Comunidade. Para tal, foram compilados registros de reuniões realizadas entre integrantes da Secretaria Municipal de Saúde e instituições de ensino superior do município e recuperada a trajetória percorrida pelos diversos atores envolvidos. A situação da atenção básica de saúde no município até 2019 foi analisada com detalhes, o que revelou dificuldades em fixar o médico nas Unidades de Saúde. Como solução optou-se pela instituição de programa de residência médica. Para preservar a manutenção do médico no programa, garantiu-se a sua vinculação à Estratégia de Saúde da Família, foram estabelecidas parcerias com instituições de saúde e foi planejado o financiamento que garantiu remuneração suficiente para atrair e manter profissionais à proposta. O processo seletivo de médicos residentes e preceptores foi amplamente discutido. Foi criado um programa pedagógico e estabelecida a gestão do programa. Foi verificado incremento da ocupação de vagas oferecida, demonstrando-se que por meio de política pública direcionada à formação de Médico da Família e Comunidade é possível alterar o panorama de ociosidade assim como a alta rotatividade de vagas em programas de residência médica em Campinas.
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