Pessoas vivendo com HIV/Aids no Sudoeste Goiano: caracterização sociodemográfica, clínica e laboratorial no ano de 2018
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i1e-195987Palavras-chave:
HIV, Perfil de saúde, Pacientes ambulatoriaisResumo
Introdução: É significativo o número de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) no Brasil, não se restringindo aos grandes centros, o que torna necessário entender as características clinicoepidemiológicas de cada região para que políticas públicas sejam estabelecidas de forma realística, prática e aplicável às suas peculiaridades. Objetivo: Caracterizar o perfil sociodemográfico, clínico e laboratorial das PVHIV que tiveram seu primeiro atendimento em um ambulatório do município de Jataí, Goiás, no ano de 2018. Método: Coletaram-se dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais de uma amostra de 80 prontuários de PVHIV atendidas em um ambulatório de Jataí, Goiás, no ano de 2018. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. Resultados: Houve predomínio de homens (71,3%), idade de 16-35 anos (61,3%), solteiros (68,8%), heterossexuais (43,8%), com vínculo empregatício (70,0%) e o meio de exposição ao HIV foi pela relação sexual (97,5%). A herpes zoster se destacou como infecção oportunista (27,8%), a sífilis (76,9%) como outras infecções e o transtorno de ansiedade (30,0%) como comorbidade. Os homens, em relação às mulheres, associaram-se positivamente com o diagnóstico de outras infecções (p=0,0250) e com valores alterados para aspartato aminotransferase (p=0,0410). Já as PVHIV com atendimento por diagnóstico, em relação as por transferência/abandono, apresentaram associação positiva com a presença de carga viral detectável (p=0,0001) e circunferência abdominal adequada (p=0,0304). Conclusão: Em 2018, o atendimento para o recém diagnóstico predominou, bem como de adultos, homens, solteiros, heterossexuais e com vínculo empregatício. A herpes zoster e a sífilis foram as infecções mais presentes, o tipo de exposição ao HIV foi a relação sexual e os homens apresentaram alteração para a aspartato aminotransferase e maior presença de outras infecções. A carga viral detectável e a circunferência abdominal adequada estiveram mais presentes nos recém diagnosticados.
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